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segunda-feira, 11 de julho de 2022

Polícia apura suposto crime de intolerância após morte de político no Paraná

 Marcelo de Arruda foi baleado ao festejar aniversário com tema político. Agente penitenciário que atirou também foi atingido

Um dos líderes do PT (Partido dos Trabalhadores) e guarda municipal em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, foi assassinado em uma festa do próprio aniversário na madrugada deste domingo. O caso é investigado como intolerância política, mas ainda não há confirmação oficial da motivação do crime. A delegacia de homicidios da cidade apura as mortes.

O suspeito é agente penitenciário federal. Também baleado, ele foi autuado em flagrante e internado em estado estável em hospital. Até a noite deste domingo, continuava na UTI. Segundo o boletim de ocorrência, o guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, comemorava o aniversário com a temática do PT com amigos e familiares.

Durante a confraternização, o agente penitenciário federal, identificado como Jorge José da Rocha Guaranho, teria chegado ao local em um veículo Creta, acompanhado por uma mulher e uma criança. Conforme o relato de testemunhas, o agente federal teria descido do carro com uma arma na mão, gritado o nome de outro político e deixado o local. A festa continuou e o suspeito teria retornado, desta vez sozinho.

Ao perceber a presença do agente, a companheira de Marcelo, que é policial civil, se identificou e, na sequência, Marcelo teria relatado que era guarda municipal. O agente, então, atirou contra o guarda, que também estava armado e revidou. Os dois homens ficaram baleados na discussão.

Socorristas do Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência) foram acionados e prestaram atendimento às vítimas. Marcelo não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Guaranho foi internado em estado grave, em um hospital de Foz do Iguaçu.

O agente penitenciário é policial penal federal e trabalha na Penitenciária de Catanduvas, no Oeste do Paraná, que fica a cerca de 200 quilômetros de Foz do Iguaçu. As duas armas, do guarda e do policial, foram recolhidas e encaminhadas para perícia.

O corpo de Marcelo foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) de Foz do Iguaçu. O secretário municipal de segurança pública, Marcos Antônio Jahnke, lamentou a morte do guarda, que prestava serviços à cidade há 28 anos. "Ele comemorava seus 50 anos em uma festa temática idealizada por ele mesmo. Infelizmente os fatos que decorreram disso, terminaram com a morte do nosso colega de trabalho. Caberá agora a Polícia Civil fazer a investigação para fazer a apuração definitiva desse fato, mas pelo que a gente percebeu foi um intolerância política aí de maneira totalmente traumática", disse o secretário.

Marcelo Aloizio de Arruda era da primeira turma da Guarda Municipal e estava na corporação há 28 anos. Ele também era diretor da executiva do Sismufi (Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu).

Após repercussão do caso, o presidente Jair Bolsonaro publicou post em rede social lembrando de mensagem de 2018, após o atentado que ele sofreu a facada. "Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos", afirmou. 

Bolsonaro criticou as manifestações que repercutiram nas redes sociais com uma possível escalada da tensão nas eleições. "Falar que não são esses e muitos outros atos violentos mas frases descontextualizadas que incentivam a violência é atentar contra a inteligência das pessoas. Nem a pior, nem a mais mal utilizada força de expressão, será mais grave do que fatos concretos e recorrentes."

O presidente afirmou que o crime deve ser apurado e que providências cabíveis sejam tomadas. "Assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 hora por dia", concluiu. 

Por meio de nota, a prefeitura de Foz do Iguaçu lamentou a morte do guarda. "Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedicação e comprometimento com o município, o qual, nestes 28 anos de funcionalismo público, defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais. Desejamos à família, aos amigos e colegas de Marcelo força neste momento de dor." O guarda municipal deixa a mulher e quatro filhos.


R7 e Correio do Povo

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