Entidade destaca que cabotegravir é "seguro" e "altamente eficaz"
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou nesta quinta-feira o uso de cabotegravir como profilaxia pré-exposição (PrEP) para o HIV. E pediu que países considerem o medicamento injetável de longa duração como opção de prevenção, destacando que ele é "seguro" e "altamente eficaz".
As novas diretrizes são baseadas em critérios de eficácia, aceitabilidade e viabilidade, e são sugeridas em "momento crítico", conforme a OMS. Isso porque esforços de prevenção parecem ter estagnado: 1,5 milhão de novas infecções por HIV foram registradas no ano passado - o mesmo número que em 2020. "O cabotegravir de ação prolongada é uma ferramenta de prevenção segura e altamente eficaz do HIV, mas ainda não está disponível fora dos ambientes de estudo", disse, em nota, Meg Doherty, diretora dos programas globais de HIV, hepatite e infecções sexualmente transmissíveis da OMS. "Esperamos que essas novas diretrizes ajudem a acelerar os esforços dos países para começar a planejar e entregar o CAB-LA juntamente com outras opções de prevenção."
Redução efeitva
Conforme a OMS, o cabotegravir tem aplicação intramuscular. As duas primeiras injeções são administradas com quatro semanas de intervalo, seguidas por novas aplicações a cada oito semanas. Além de seguro, segundo a organização internacional, o medicamento proporcionou uma redução relativa de 79% no risco de HIV em comparação com a PrEP oral - que também é altamente eficaz -, em estudos. Essas pesquisas envolveram mulheres cisgênero, homens cisgênero que fazem sexo com homens e mulheres transgênero que fazem sexo com homens.
Brasil
No País, atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece uma opção de tratamento preventivo oral: a combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina). Um comprimido precisa ser tomado diariamente. Essa exigência, conforme a OMS, tem se mostrado um desafio, por isso, a diversidade de opções é tão importante.
Em março, a Fiocruz informou que a Unitaid, agência internacional de saúde ligada à OMS, vai financiar um projeto de implementação do cabotegravir no País. A ideia é integrar o remédio injetável aos programas nacionais de saúde e gerar dados. O projeto focará grupos mais vulneráveis à infecção: homens que fazem sexo com homens e mulheres trans, de 18 a 30 anos.
Agência Estado e Correio do Povo
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