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quinta-feira, 30 de junho de 2022

Desemprego recua a 9,8% em maio e tem menor taxa para o trimestre desde 2015, diz IBGE

 Mesmo em queda, falta de trabalho ainda atinge 10,6 milhões de pessoas no Brasil


A taxa de desemprego no Brasil manteve a trajetória de queda registrada nos últimos meses e caiu para 9,8% no trimestre finalizado em maio de 2022, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo diante do recuo, o percentual ainda representa que 10,6 milhões de profissionais estão fora da força de trabalho, um recuo de 11,5% ante o trimestre anterior, ou 1,4 milhão de pessoas a menos no grupo de desempregados no país. No ano, a queda do desemprego é 30,2%, menos 4,6 milhões de pessoas desocupadas.

De acordo com os dados apresentados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o número de pessoas ocupadas, de 97,5 milhões, é o maior da série histórica, iniciada em 2012, e mostrou alta de 2,4% na comparação com o trimestre anterior e de 10,6% na comparação anual. Isso equivale a um aumento de 2,3 milhão de pessoas no trimestre e de 9,4 milhões de ocupados no ano.

Para a coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, houve um crescimento expressivo e não isolado da população ocupada no trimestre encerrado em maio. "Trata-se de um processo de recuperação das perdas que ocorreram em 2020, com gradativa recuperação ao longo de 2021. No início de 2022, houve uma certa estabilidade da população ocupada, que retoma agora sua expansão em diversas atividades econômicas", avalia ela.

A pesquisadora ressalta ainda que os aumentos da ocupação vêm ocorrendo em diversas formas de inserção do trabalhador, tanto entre os informais quanto entre os com carteira de trabalho. "O contingente de trabalhadores com carteira vêm apresentando uma recuperação bem interessante, já recompondo o nível pré-pandemia", diz Adriana. 

Setores

Os dados mostram que, a partir do quarto trimestre de 2021, começou a se observar um processo de recuperação da população ocupada em atividades como construção, indústria, agricultura e serviços relacionados à tecnologia da informação e comunicação e serviços financeiros.

"Com a melhoria no quadro da pandemia, ou seja, com o avanço da vacinação e o relaxamento das medidas de distanciamento social, os serviços mais presenciais, que tinham sido bastante afetados, começam a ter um processo de recuperação mais vigoroso, principalmente os outros serviços, alojamento e alimentação, serviços domésticos, transporte e alojamento", explica Adriana.

No trimestre compreendido entre os meses de março e maio, o destaque ficou por conta do crescimento da população ocupada no grupo de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, impulsionado pelo crescimento do segmento de educação.

“Com o retorno das aulas presenciais, está havendo um processo de recomposição da estrutura educacional, não apenas com a contratação de professores, mas também de trabalhadores ligados à prestação de serviços e infraestrutura dos estabelecimentos de ensino”, afirma a coordenadora do estudo.

Ela ressalta que o crescimento da população ocupada foi bastante disseminado por todas as atividades: “Na comparação trimestral, apenas os grupamentos da agricultura e dos serviços domésticos não tiveram crescimento, ficaram na estabilidade. E na comparação, somente a agricultura não cresceu, ficando estável também”.

Dados

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 35,6 milhões, subindo 2,8% (981 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 12,1% (mais 3,8 milhões de pessoas) na comparação anual. Já o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado (12,8 milhões de pessoas) foi o maior da série. Ele cresceu 4,3% em relação ao trimestre anterior (mais 523 mil pessoas) e 23,6% (2,4 milhões de pessoas) no ano.

O número de trabalhadores por conta própria (25,7 milhões de pessoas) manteve-se estável ante o trimestre anterior, mas subiu 6,4% (mais 1,5 milhão de pessoas) no ano.

A taxa de informalidade foi de 40,1% da população ocupada (ou 39,1 milhões de trabalhadores informais) contra 40,2% no trimestre anterior e 39,5% no mesmo trimestre de 2021.

O rendimento real habitual (R$ 2.613) ficou estável frente ao trimestre anterior e caiu 7,2% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 249,8 bilhões) cresceu 3,2% frente ao trimestre anterior e 3,0% na comparação anual.


R7 e Correio do Povo


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