quinta-feira, 30 de junho de 2022

“Brasil pode estar em ciclo de crescimento de 3% ao ano por dez anos seguidos”, diz o ministro da Economia

 


O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (28) que o Brasil pode estar entrando em um ciclo de crescimento de 3% ao ano pela próxima década. “O Brasil pode estar em um ciclo longo de crescimento de 3% ao ano por 10 anos seguidos”, disse em Brasília durante evento do setor de telecomunicações.

Segundo o ministro, o avanço previsto para o Brasil deve vir na contramão do que é esperado para o resto do mundo, onde as principais economias vivem cenário de inflação em alta e risco de recessão.

“Estamos chegando da clínica de reabilitação. Todo mundo arrumadinho e começando a entrar nos mercados globais (…) O desemprego no Brasil vai continuar descendo. O Brasil surpreendeu na reação à crise e vamos continuar surpreendendo”, afirmou.

Guedes ressaltou uma fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta semana, sobre a inflação no Brasil estar atingindo um pico, tendendo a cair a partir de agora, e disse que, neste ano, o crescimento da economia deve chegar perto de 2%.

“Verdade que os juros vão desacelerar a economia, mas não [vai haver] recessão. Em vez de crescer 3,5%, vai crescer 2%. A maior prova disso é que, mesmo com juros altos assim, o Brasil vai crescer 1,7%, perto de 2%. “Na mesma hora que a arrecadação está subido, reduzimos e simplificamos impostos. Ao contrário do que fizemos nos últimos 40 anos”, destacou.

Investimentos estrangeiros

Guedes prevê ainda que o Brasil vai iniciar “um longo ciclo de investimentos, ao contrário do mundo, que está encerrando um longo ciclo de investimento”.

“Nossas conversas na Europa, nos Estados Unidos, com a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] e com o G-20 [grupo formado pelos ministros de Finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias mundiais mais a União Europeia] nos convenceram de que vem uma avalanche de investimentos para o Brasil, se continuarmos no caminho em que estamos. A Secretaria de Estado dos EUA tem dito que, daqui para a frente, uma exigência para investimentos nos países é a de ter logística próxima e ser amigo. É o chamado near shore e o friend shore”, disse.

Assim sendo, acrescentou o ministro, “não adianta fazer semicondutores em Taiwan”. “Com a ruptura de cadeias produtivas, ficou muito evidente a vulnerabilidade do sistema econômico, porque parou a produção, e as fontes estão muito longe. Tem de estar perto e ser amigo. E quem é essa economia, que está perto dos Estados Unidos e da Europa? É o Brasil.”

De acordo com o ministro, a situação é “incontornável”, com o Brasil destinado a se tornar a segurança energética da Europa e a segurança alimentar do mundo. “O mundo percebeu que o Brasil é uma potência energética, além de um enorme mercado consumidor.”

O Sul

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