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quinta-feira, 30 de junho de 2022

Bolsa cai mais de 11% em junho, no maior tombo desde março de 2020; dólar fecha em alta e avança 10%

 


O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, terminou o mês de junho com a maior queda mensal desde o fatídico mês de março de 2020, que ficou marcado pelo impacto inicial da pandemia do coronavírus no mercado financeiro global. Naquele mês, o indicador teve queda de 29,9%, como mostra levantamento da Economatica.

No fechamento desta quinta-feira, o Ibovespa teve um recuo de 1,08%, a 98.542 pontos.

Com o resultado, a queda mensal em junho foi de 11,50%, o que supera o resultado de abril deste ano (-10,1%). Além disso, a bolsa passou a acumular queda de 0,13% na semana e de 5,99% no ano.

No dia anterior, o Ibovespa fechou em queda de 0,96%, a 99.622 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

O Ibovespa teve novo pregão contaminado pelo mau humor dos mercados no exterior, em meio aos temores de recessão global, e com os agentes financeiros monitorando o andamento da PEC dos Combustíveis em Brasília.

No Brasil, o foco continuava sobre a tramitação da PEC no Congresso, que recentemente reacendeu temores fiscais por aumentar os gastos públicos às vésperas das eleições.

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), relator da proposta, anunciou nesta quarta-feira (29) ter abandonado o texto original e informou que recorrerá a outro projeto para propor um pacote social com medidas estimadas em R$ 38,7 bilhões.

O texto da PEC dos Combustíveis previa compensação a estados que desonerassem os combustíveis. A nova proposta de Bezerra prevê ampliar o Auxílio Brasil e conceder um “voucher” a caminhoneiros.

Além disso, o Banco Central admitiu que a meta de inflação será descumprida pelo segundo ano seguido em 2022. De acordo com a instituição, a probabilidade de a inflação superar o teto da meta neste ano passou de 88%, em março, para 100% em junho.

Em 2022, a meta central de inflação é de 3,50% e seria oficialmente cumprida se o índice oscilasse entre 2% e 5%. Para 2023, o Banco Central estimou que a probabilidade de superar o teto do sistema de metas avançou de 12% para 29%.

Ainda nos indicadores econômicos, uma boa notícia: a taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,8% no trimestre encerrado em maio. A falta de trabalho ainda atinge 10,6 milhões de brasileiros.

No mercado interno, destaque para s empresa de diagnósticos médicos Fleury, que acertou a aquisição do rival Hermes Pardini, no mais novo passo da consolidação vista no setor de saúde brasileiro.

O acionistas do Pardini receberão cerca de 1,21 ação ordinária do Fleury mais aproximadamente 2,15 reais para cada ação ordinária que detinham da companhia. As companhias esperam que a transação traga aumento de competitividade no setor de saúde e medicina diagnóstica “com complementaridade geográfica e presença nacional (…) e reforço do crescimento orgânico e inorgânico”.

No exterior, o foco permanece nos temores de uma recessão global, com os investidores em busca de pistas sobre a trajetória da política monetária nos EUA após várias autoridades do Federal Reserve (Fed) defenderem aumentos mais rápidos dos juros para reduzir a inflação elevada.

Porém, dados divulgados nesta quinta mostram que os gastos dos consumidores dos Estados Unidos aumentaram menos do que o esperado em maio em meio à escassez de veículos motorizados, enquanto preços mais altos forçaram cortes nas compras de outros bens, outro sinal de que a recuperação do crescimento econômico no início do segundo trimestre está perdendo força.

Já a inflação manteve tendência ascendente em maio, com o índice PCE subindo 0,6% no mês passado e 6,3% nos 12 meses até maio.

O consumo mais lento provavelmente será bem recebido pelo Fed, que está procurando domar a inflação através de um aperto agressivo da política monetária. O banco central dos EUA este mês aumentou sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual, maior alta desde 1994.

Dólar

O dólar subiu nesta quinta-feira (30), em meio a temores globais de recessão e incertezas fiscais domésticas, e fechou junho com alta acumulada de mais de 10%.

A moeda norte-americana subiu 0,78%, vendida a R$ 5,2327.  Na máxima, chegou a ser cotada a R$ 5,2705. Na mínima, marcou R$ 5,1875.

A sessão foi marcada pela volatilidade devido à formação da Ptax de fim de mês e trimestre. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve como referência para algumas operações financeiras.

No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 1,38%, vendida a R$ 5,1922. Com o resultado desta quinta, o dólar acumulou alta de 10,13% em junho. No ano, ainda tem desvalorização de 6,14% frente ao real.

O Sul

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