terça-feira, 3 de maio de 2022

Servidores do Banco Central decidem retomar greve a partir desta terça

 


Os servidores do Banco Central (BC) aprovaram na última sexta-feira (29) a retomada da greve por tempo indeterminado a partir desta terça (3). A categoria tinha suspendido a mobilização no último dia 19 e deu prazo até esta segunda (2) para que o governo fizesse uma proposta formal, o que, segundo o sindicato que representa os trabalhadores, não ocorreu.

“Foi aprovada, por ampla maioria, a retomada da greve por tempo indeterminado a partir de 3/5/2022. As razões principais foram os descumprimentos por parte do presidente do BC em conseguir em abril uma reunião entre o sindicato e o ministro Ciro Nogueira, a não apresentação de uma proposta alternativa aos 5% e a não apresentação de uma proposta sobre a parte não-salarial de nossas demandas”, informou em nota o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central do Brasil (Sinal).

A greve foi suspensa após reunião com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sob promessa de reajuste salarial de 5% e implementação de dois itens da pauta não-salarial, que não foram detalhados pela entidade.

Além disso, de acordo com a entidade, Campos se comprometeu a conseguir uma reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ainda em abril. O presidente do Sinal, Fabio Faiad, afirmou que a categoria deu “um voto de confiança” ao presidente da autoridade monetária por ter avançado na pauta de reivindicações.

Os servidores, contudo, declararam que 5% seriam insuficientes e apresentaram contraproposta com reajuste de 27% a ser concedido apenas a partir de o dia 1º de julho. A proposta original previa reposição já no primeiro semestre deste ano.

A greve dos servidores, que durou 18 dias, adiou uma série de divulgações do BC, que voltaram a ser publicadas após a suspensão da mobilização, mas muitos dados ainda estão atrasados. Procurado, o BC afirmou que não comenta e não esclareceu se a rotina de publicações será afetada.

Na semana passada, a nota de setor externo foi divulgada com defasagem de um mês em razão da greve e, por isso, não trouxe as projeções e as parciais de março. Segundo o BC, ainda não há data definida para a publicação das estatísticas do mês passado.

Os dados de crédito também foram divulgados com defasagem. Houve atraso ainda na divulgação do fluxo cambial e das operações de swap, do boletim Focus e do Índice de Commodities (IC-Br).

O Sul

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