terça-feira, 10 de maio de 2022

Defesa apresentou cálculos errados para questionar urnas, diz TSE

 Militares pediram a realização de dois testes de amostragem de votos no dia da eleição



TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitou todas as sugestões das Forças Armadas para serem implementadas nas eleições deste ano. Em relatório técnico, a Corte aponta erros de cálculo no documento enviado pelos militares para questionar a segurança das urnas e afirma que várias das medidas indicadas como necessárias para ampliar a integridade do pleito já são são adotadas.

Em um trecho do documento enviado ao TSE, por exemplo, o Ministério da Defesa pede a realização de dois testes públicos de segurança em urnas usadas nas eleições. De acordo com a solicitação, deveria ser realizado um teste estadual e outro federal no dia da votação.

No entanto, a Justiça Eleitoral destaca que as urnas usadas para a escolha de candidatos nos estados, como governador, senador e deputado federal, são as mesmas usadas na escolha de presidente da República. Sendo assim, para os técnicos do TSE, não existem fundamentos para embasar a realização de dois testes de segurança no dia da votação.

"Ora, tendo em vista que o funcionamento das urnas eletrônicas é homogêneo nas UFs (unidades da federação) e que o teste de integridade é executado com a votação em todos os cargos simultaneamente, não faria sentido executar dois planos amostrais, um para nível estadual e outro para nível federal. Entendemos que um único plano amostral é suficiente para verificar os dois cenários", responde o TSE.

Margem de erro

O Ministério da Defesa alega, em um dos questionamentos, que o "plano de amostragem definido no art. 58 da Resolução Nr 23.673/21 permite um nível de confiança médio de 66%, "considerando um nível de asseguração limitado, em decorrência do reduzido tamanho da amostragem por UF".

No entanto, o TSE aponta que a alegação de baixa confiança não é verdadeira e decorre de erro de cálculo por parte dos dados enviados pelo representante das Forças Armadas. A Corte afirma que não se considerou, ao analisar o sistema eleitoral, as diversas camadas de segurança no sistema, para evitar fraudes, assim como a realização de eleições democráticas por 20 anos, sem qualquer comprovação de fraude.

A Justiça Eleitoral afirma que o cálculo para apontar risco de irregularidade levou em consideração todo o universo de 577.125 urnas reservadas para as eleições deste ano. No entanto, existe a parcela reservada para eventuais problemas técnicos nos equipamentos, que só entram em uso para substituir as demais. Com isso, o número total de urnas usadas efetivamente para colher a escolha dos eleitores é de 462.504 equipamentos.

"O documento de sugestões pressupõe, equivocadamente,a probabilidade de ocorrência de inconformidade igual a 50%. A população de urnas representativa da amostra não deve considerar o parque total de urnas, que engloba a reserva técnica, impondo-se que o cálculo parta do quantitativo de urnas efetivamente instaladas em seções de votação nas Eleições 2022", destaca o documento. 

R7 e Correio do Povo

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