Muitos deles não sabiam da existência do plano da prefeitura
A partir do dia 9 de maio, começa uma nova fase do projeto Centro+, da prefeitura de Porto Alegre. Nove ruas do bairro histórico passarão por um projeto de revitalização e reurbanização, que inclui ampliação de calçadas, qualificação de travessias, redução de barreiras de acessibilidade, melhorias na pavimentação e iluminação pública, ampliação do videomonitoramento e novas redes de abastecimento de água, por meio do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). As obras devem durar um total de 18 meses.
O Correio do Povo percorreu o quadrilátero central, onde ficam sete das ruas que passarão pelo processo, para conversar com os comerciantes que ali trabalham e saber suas impressões e expectativas para o projeto. Muitos deles não sabiam da existência do plano da prefeitura. Era o caso de Anderson Rodrigues Cardoso, proprietário de uma barbearia na rua Doutor Flores. O empresário não estava ciente que as obras também seriam feitas na rua de seu estabelecimento.
Ele ficou surpreso ao saber da duração estimada da obra, que considerou longa. “Mas fazer o que? Não tem o que fazer. No final tudo dá certo”, disse, resignado.
Anderson relatou que muitas pessoas caem na frente da barbearia, por conta da inclinação da rua e da falta de manutenção da calçada, que está muito lisa. “A gente até colocou fita adesiva antiderrapante, mas sai muito rápido”, contou, agora na expectativa de ver o problema solucionado com a revitalização.
Mussa Kadan, proprietário de uma loja de roupas na rua Vigário José Inácio, julga que a iniciativa é boa e que trará valorização para a área, mas é preciso pensar em como ajudar os lojistas durante o período de obras. “A gente já vem de uma pandemia, de uma crise econômica. As obras vão tirar o público de circulação, muitos lojistas vão chiar e cair para cima da prefeitura para que não fique todo esse tempo parado”, opinou.
“Uma obra, quando começa, tem previsão de 30, 40 dias de duração. Mas a gente sabe que isso aí é só no papel, na prática leva meses. Eu sou a favor das melhorias, mas fico com um pé atrás, pois como vamos ficar durante esse tempo todo da obra?”, questiona Mussa.
O florista João Carlos Ramos dos Santos tem duas bancas na rua Otávio Rocha e é mais otimista em relação ao projeto. “As obras vão nos afetar um pouco, vamos ter que sair daqui por 90 dias. Mas vai ficar uma estrutura bem melhor do que o que está agora. O movimento vai melhorar para nós”, espera. Segundo João Carlos, os floristas serão provavelmente realocados, durante o período de obras, para a Praça XV, em frente ao Mercado Público.
Correio do Povo
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