Texto editado pelo chefe do Executivo excluiu representantes da sociedade civil no órgão que define políticas de meio ambiente
O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para invalidar decreto do presidente Jair Bolsonaro que retira entes da sociedade civil do FNMA (Fundo Nacional do Meio Ambiente). O julgamento do caso ocorreu nesta quarta-feira, na pauta verde, em que a Corte julga ações sobre temas ambientais. A sessão foi encerrada sem o voto do presidente do STF, ministro Luís Fux. Ele afirmou que o voto seria extenso e deixou para se pronunciar na sessão de quinta-feira. O decreto editado pelo chefe do Executivo definiu que apenas membros indicados pelo governo poderiam participar do fundo.
O ministro Luís Roberto Barroso afirmou que o decreto é inconstitucional. "Ao eliminar a participação da sociedade civil do conselho deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente e implementar uma política que tem resultado em aumento da degradação ambiental, a administração pública está interferindo com um direito fundamental à proteção ambiental e o direito de participação da sociedade, num retrocesso em relação à situação previamente existente", afirmou.
O ministro André Mendonça, que pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso, de duas ações da pauta verde, afirmou que o governo pode definir parâmetros para a participação da população no órgão, mas que não pode vetar completamente os entes da sociedade civil. "Também entendo que essa participação deve primar pela eficiência. Não é uma participação a tal ponto que iniba a própria realização da política ou eficiência da política correspondente, mas participação deve haver", declarou o magistrado.
O Supremo também formou maioria para derrubar outro decreto do presidente, que excluiu prefeitos do Conselho da Amazônia Legal.
R7 e Correio do Povo
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