terça-feira, 19 de abril de 2022

Novo carregamento de armas dos EUA chega à fronteira ucraniana

 Pelo menos cinco voos saindo dos Estados Unidos pousarão com equipamentos bélicos para a Ucrânia em um intervalo de cinco dias


Um funcionário de alto escalão do Pentágono afirmou nesta segunda-feira (18), sob anonimato, que os novos envios de armas dos Estados Unidos começaram a chegar às fronteiras da Ucrânia para serem entregues ao exército do país.

"Quatro voos chegaram dos Estados Unidos ontem à região, com diversos equipamentos", anunciou o funcionário, que pediu anonimato.

Um quinto voo deve chegar nas próximas 24 horas, "o que fará cinco voos em igual número de dias" desde que o presidente Joe Biden anunciou na última quarta-feira (13) uma nova ajuda militar de 800 milhões de dólares (R$ 3,7 bilhões) para a Ucrânia, ressaltou.

Apesar de a operação do equipamento não ser muito distinta do que o exército ucraniano já está acostumado, esses canhões utilizam projéteis de 155 mm, os mesmos utilizados pelos países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), enquanto a Ucrânia apenas dispunha de projéteis de 152 mm, fabricados pela Rússia.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, declarou que o primeiro envio chegou 48 horas depois de Biden autorizar a ajuda, uma "velocidade sem precedentes".

Kirby também afirmou que os militares americanos mobilizados no front oriental da Otan desde o início da invasão russa começarão, "nos próximos dias", a formar militares ucranianos na operação de canhões M777 Howitzer, as peças de artilharia de última geração que os Estados Unidos entregaram pela primeira vez ao exército ucraniano.

No entanto, o treinamento será feito fora da Ucrânia, explicou Kirby. "Um pequeno número de ucranianos será treinado no uso dos Howitzers, e logo voltarão a seu país para treinar os colegas".

Por sua vez, as forças russas começam a sentir o efeito das sanções em seu fornecimento de armas, em particular os mísseis guiados, segundo o alto funcionário do Departamento de Defesa americano.

As sanções "tiveram efeito sobre a capacidade de [o presidente russo, Vladimir] Putin para reabastecer e reequipar, em particular no que diz respeito aos componentes de seus sistemas e mísseis teleguiados com precisão", afirmou.

Por outro lado, "sabemos que [os russos] se esforçam para se reequipar com sua própria indústria de defesa e se preguntam em qual velocidade e em qual grau podem acelerar a produção de armamentos", acrescentou. "As sanções têm efeito sobre suas capacidades para fazer isso".

As armas mais modernas usam chips eletrônicos cujos principais produtores são Taiwan e Coreia do Sul, dois aliados dos Estados Unidos que deixaram de exportar esses produtos à Rússia, em linha com as sanções decretadas contra Moscou pela invasão da Ucrânia.


AFP e Correio do Povo


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