O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo pretende usar o aumento da arrecadação para revisar a tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro em 2018.
“Conversamos se corrigimos a tabela de IR agora ou deixamos para primeira ação do novo governo. Não queremos usar toda a alta de arrecadação de uma vez, vamos devolver apenas parte para não corrermos riscos fiscais”, afirmou Guedes nesta quinta-feira, 7, durante um evento online do Bradesco BBI.
Durante a campanha, Bolsonaro prometeu corrigir a faixa de isenção para cinco salários mínimos (hoje, R$ 6.060). Atualmente, só fica isento do IR quem tem renda inferior a R$ 1.903,98 mensais.
Segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), considerando a inflação acumulada desde 1996 (medida pelo IPCA), foi apurado que a defasagem da tabela é de 134,53%.
De acordo com Guedes, o governo quer avançar também no Refis do Simples e na isenção de impostos para investidores estrangeiros. Ele reclamou, porém, que as medidas gestadas na Economia e enviadas à Casa Civil acabam sendo alteradas pela ala política.
“Ficam com a parte boa das medidas e retiram a parte ruim, que é a fonte de recursos. Com isso, acabamos tendo que vetar medidas por bater cabeça no governo”, admitiu.
IPI
Em relação à desoneração das importações, o ministro disse que o governo pretende promover uma nova rodada de redução de 10% no Imposto de Importação, mas ressaltou que a medida depende de acordo para o corte adicional que fará o desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aumentar de 25% para 33%.
Segundo o ministro, 12 produtos devem ser contemplados com a redução das tarifas de importação. “Vamos abrir a economia respeitando nosso parque industrial. Se o outro governo for social democrata, ele que aumente os impostos. Para o próximo mandato, a prioridade é a reforma tributária no primeiro dia de trabalho”, explicou.
No início do mês, o governo prorrogou, por 30 dias, o corte de 25% no IPI. De acordo com Guedes, a equipe econômica queria elevar a redução para 33%, mas a medida foi travada porque os governadores não concordaram em reduzir o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o diesel.
“Os governadores não reduziram o ICMS do diesel, como se comprometeram a reduzir. Zeramos o imposto do diesel do nosso lado e os governadores não fizeram do lado deles”, afirmou.
O Sul
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