Alexandre Ramagem, delegado da PF e próximo a Bolsonaro, foi exonerado do cargo de diretor-geral
Após a exoneração do delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem do cargo de diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), profissionais ligados ao órgão requerem que o substituto seja um técnico da área. Em nota oficial, entidades representativas da Abin reiteraram que consideram "imprescindível a experiência e formação específicas para comandar um assessoramento isento, eficaz e oportuno, que caracteriza e define a atividade de inteligência".
O texto, de autoria da Associação dos Servidores da Abin e da Associação Nacional dos Oficiais de Inteligência, cita o Projeto de Lei 648/2022, que tramita na Câmara dos Deputados e tem como objetivo tornar os cargos de diretoria-geral e adjunto da Abin privativos de oficial de inteligência. "Não há dúvidas de que a Abin possui quadros técnicos preparados para assumir a função de diretor(a)-geral. Este cargo, tão estratégico e singular, deve ser exercido por profissional da Abin, que é o local formador de servidores públicos especializados na gestão da inteligência de Estado", defende a nota.
Ramagem não era servidor da Abin, mas delegado da PF. Ele foi o coordenador da segurança de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, logo após o então candidato à Presidência ser vítima de um atentado a faca, em Juiz de Fora (MG). Quase um ano depois, em julho de 2019, o delegado assumiu a direção da agência, que é subordinada ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República.
Os profissionais da Abin desejaram a Ramagem sucesso na nova fase e agradeceram a atuação do delegado. "À frente da Abin, Ramagem empenhou-se em garantir assessoramento oportuno por parte da Agência às altas autoridades da República, especialmente durante os períodos de crise. Durante sua gestão houve significativa atualização de meios técnicos na agência e encontramos portas abertas para o diálogo com as associações representativas dos servidores", escreveram.
Na publicação da exoneração, a justificativa é de que a decisão foi um pedido por parte de Ramagem e não há uma indicação de substituto. A demissão foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) desta quinta-feira (31), junto com a de nove ministros que devem ser candidatos nas eleições e, conforme lei, precisam deixar os cargos até seis meses antes do primeiro turno.
R7 e Correio do Povo
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