O dólar fechou em alta de 2,35%, cotado a R$ 4,9901, nesta terça-feira (26), no maior valor desde 18 de março (R$ 5,0157). Na sessão, a moeda brasileira liderou com folga as perdas entre as principais divisas globais. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,9996.
Com o resultado desta terça, a moeda norte-americana passou a acumular alta de 4,85% no mês e queda de 10,49% no ano. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, terminou em queda pelo sétimo pregão consecutivo, aos 108.213 pontos.
Atuação do BC
O Banco Central (BC) realizou leilão extraordinário de swaps cambiais.
Foram vendidos na operação, primeira do tipo desde o leilão realizado em 22 de dezembro de 2021, todos os US$ 500 milhões ofertados na forma de contratos de swap cambial tradicional.
Mercados
Os mercados globais têm sido guiados nos últimos dias pelas preocupações com os impactos das restrições de combate ao coronavírus na China e pelas apostas de uma alta maior dos juros nos Estados Unidos em razão da disparada da inflação em todo o mundo.
O presidente do Fed (o banco central americano), Jerome Powell, declarou na semana passada que um aumento de meio ponto percentual na taxa básica “está sobre a mesa” na próxima reunião do banco central americano no início de maio.
Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir na extremamente segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, valorizar o dólar frente a outras moedas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta terça para riscos “estagflacionários” na Ásia, dizendo que a guerra na Ucrânia, o aumento nos custos das commodities e uma desaceleração na China criam incerteza significativa.
Ao longo da semana, além da covid na China, o mercado ficará de olho nos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, nesta quinta (28); e da zona do euro, no dia seguinte.
Divisas emergentes pares do real, como pesos mexicano, chileno e colombiano, também operavam no vermelho, embora caíssem a ritmos bem mais comportados.
Por aqui, segue também como fator de preocupação a crise entre o governo e o Judiciário, após o perdão concedido pelo presidente Jair Bolsonaro ao aliado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal a oito anos e nove meses de prisão por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do tribunal. A ministra Rosa Weber deu um prazo de 10 dias para Bolsonaro prestar informações sobre o decreto editado um dia após a condenação do deputado.
Projeções
O Banco Central voltou a divulgar, após cerca de um mês, as estimativas do mercado financeiro para os indicadores da economia, e informou que a projeção dos economistas dos bancos para a inflação neste ano passou de 6,86%, no fim de março, para 7,65%.
Para a taxa básica de juros da economia, o mercado financeiro elevou a estimativa de 13% ao ano, no fim de março, para 13,25% ao ano no final de 2022. A previsão de crescimento do PIB deste ano passou de 0,50%, no fim de março, para 0,65%.
Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 recuou de R$ 5,25 para R$ 5.
O Sul
Nenhum comentário:
Postar um comentário