Magistrado defendeu que o sistema eleitoral brasileiro é seguro e evita fraudes como as que ocorreram no século passado
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), defendeu nesta sexta-feira a integridade do sistema eleitoral. Ele disse que a democracia tem espaço para diversas correntes políticas e de pensamento, mas "não tem espaço para quem queira destruí-la". O magistrado fez as declarações no Seminário Desafios e Inovações da Justiça Eleitoral para as Eleições de 2022, no Rio de Janeiro.
Barroso afirmou que antes da urna eletrônica, a história das eleições foi cheia de fraudes, irregularidades nas votações e pouca participação dos eleitores. Ele lembrou que na década de 1930, apenas 3% dos eleitores compareceram às urnas, e na década de 50 este número também era baixo, com participação de apenas 6,5% do eleitorado. Mas atualmente, mais de 70% da população participa do pleito.
"A história da democracia foi de fraudes institucionalizadas. Compra de voto, voto de cabresto, eleição a bico de pena (desejo da oligarquia), voto formiguinha, sem mencionar os votos das urnas engravidadas que apareciam à noite com muito mais eleitores da seção eleitoral", disse ele.
Barroso ocupou até este ano a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e passou o cargo para o ministro Edson Fachin. O magistrado lembrou que divergências políticas fazem parte da democracia, mas não se pode tentar impedir o exercício do voto pelos eleitores. "A democracia é um ambiente plural e que tem lugar para conservadores, liberais, progressistas. Só não tem lugar para quem queira destruí-la. O Brasil tem muitos problemas. Felizmente o nosso sistema de votação não é um deles", disse.
R7 e Correio do Povo
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