segunda-feira, 21 de março de 2022

Tarifa do Catamarã aumenta 20% entre Porto Alegre e Guaíba

 O serviço subiu de R$ 12,50 para R$ 15



O serviço do Catamarã, entre Porto Alegre e Guaíba, operado pela CatSul desde 2011, está com nova tarifa a partir deste domingo (20). O trajeto agora custa R$ 15, aumento de 20% em relação ao valor anterior, de R$ 12,50, que vigorava desde julho de 2021. O preço até então vigente representava menos 40 centavos sobre os R$ 12,90 estipulados em fevereiro de 2021. Esta redução, por sua vez, foi causada pelo ICMS zerado sobre a tarifa do transporte intermunicipal, em razão da pandemia. Três barcos operam o serviço entre os dois municípios, transportando, em média, 1,7 mil passageiros diariamente.

Entre os passageiros, os sentimentos em relação ao aumento são mistos. O mecânico de ar-condicionado Manoel Henrique Pires de Oliveira mora no Centro de Porto Alegre. Disse que estava indo à cidade vizinha pela segunda vez a passeio. “Acho que, pelo conforto, segurança e serviços prestados, o preço não é caro. Mas falo por mim, que sou turista. Quem usa todos os dias para trabalhar talvez sinta bem mais no bolso”, afirmou ele.

O motorista de ônibus Everton dos Santos, estava com a esposa, Lourdes Scheffer, e o filho do casal, Miguel, 7 anos. A família de Novo Hamburgo utilizava o Catamarã pela primeira vez, e também haviam ido passear em Guaíba. “Acredito que o preço compensa em razão do tempo economizado no trânsito. Concordo que pesa para quem utiliza diariamente”, afirmou Everton.
O aposentado Leandro Motta mora no bairro Sarandi, em Porto Alegre. Ele trouxe familiares de Santa Catarina, em um total de onze pessoas, igualmente a passeio pela Região Metropolitana. “É um absurdo este preço. Só que, para nós, como compramos de pacote, cada passagem foi feita a R$ 10, mas temos conosco uma criança de cinco anos, que não paga”, disse ele.

Gestor de operações da CatSul, João Pedro Wolff argumenta que as novas tarifas do Catamarã, assim como do transporte metropolitano e intermunicipal como um todo, seguem sem a cobrança do ICMS. “O principal fator deste aumento é que a empresa está sangrando. Este reajuste era para ter ocorrido em novembro último. Agergs e Metroplan ficam brigando entre eles e a empresa fica sofrendo no meio do caminho. Cada reajuste para nós é um parto”, desabafou Wolff. Para o gestor, o assunto estava “trancado” há três meses entre Metroplan e Procuradoria-Geral do Estado (PGE), e a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) repassou a responsabilidade do aumento para a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan).

Outra questão, segundo Wolff, é a disparada no preço dos combustíveis, que aumentou, no caso do diesel, 113% em 13 meses, de fevereiro de 2021 a março deste ano. “O diesel representa 50% do custo da empresa hoje. É nosso maior insumo, e estes aumentos tornam inviável a sustentação da empresa. Nosso índice de pontualidade é superior a 95%. Não adianta manter a tarifa e cortar coisas como o ar-condicionado, o transporte gratuito de bicicletas. O risco é para a população”, afirmou o gestor da CatSul.

Correio do Povo


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