A segunda rodada de negociação entre Rússia e Ucrânia acontecerá nesta quarta-feira (2), anunciou a agência russa Tass, citando uma fonte do lado russo. Na segunda-feira, delegações da Rússia e da Ucrânia encontraram-se para a primeira rodada na Bielorrússia, perto da fronteira com a Ucrânia. Após o encontro, foi afirmado que as delegações iriam fazer consultas com suas lideranças nas capitais, antes da continuidade da negociação. A Ucrânia classificou a negociação como “difícil”.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse nesta terça-feira (1°) que a Rússia deve parar de bombardear cidades ucranianas antes que negociações significativas de cessar-fogo possam começar, já que a primeira rodada de negociações deu poucos resultados.
Em uma entrevista em um complexo do governo fortemente vigiado, Zelensky pediu aos membros da Otan que imponham uma zona de exclusão aérea para deter as forças aéreas russas, dizendo que era uma medida preventiva e não pretendia arrastar a aliança para uma guerra com a Rússia.
Zelensky, que rejeitou ofertas para deixar a capital ucraniana diante do avanço das forças russas, também disse que a Ucrânia exigirá garantias de segurança juridicamente vinculativas se a Otan fechar a porta às perspectivas de adesão da Ucrânia.
Ofensiva continua
O anúncio da segunda reunião aconteceu horas após o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, declarar que a Rússia continuará a sua ofensiva na Ucrânia até alcançar os seus objetivos, em um contexto de intensificação do uso da força por parte das tropas de Moscou.
“As Forças Armadas russas continuarão a operação militar especial até que sejam cumpridos os objetivos fixados”, afirmou Shoigu em uma entrevista coletiva.
O ministro mais uma vez disse que a Rússia busca a “desmilitarização” e a “desnazificação” da Ucrânia, assim como proteger a Rússia da “ameaça militar criada pelos países ocidentais”. Todas estas metas já foram declaradas antes.
Por desnazificação, é incerto ao que o ministro se refere. Embora haja grupos paramilitares de extrema direita em operação na Ucrânia, o governo russo, desde o começo da ofensiva, tem falsamente acusado a liderança ucraniana de ser comandada por neonazistas.
Shoigu também justificou a ofensiva em termos defensivos:
“O principal para nós é proteger a Federação Russa da ameaça militar representada pelos países ocidentais que estão tentando usar o povo ucraniano na luta contra nosso país”, disse ele, afirmando ainda que a Rússia busca evitar expor civis. “Gostaria de salientar que os ataques são realizados apenas em alvos militares e exclusivamente com armas de alta precisão.”
No entanto, após iniciar a ofensiva com ataques mais pontuais, há sinais de que a Rússia começa a adotar táticas mais brutais e destrutivas ao encontrarem uma resistência mais dura do que esperava.
Após vários fracassos militares – como visto, por exemplo, na coluna de veículos russos Tigr fortemente blindados destruídos após tentarem entrar em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia –, autoridades dos EUA e nações aliadas esperam táticas agressivas mais indiscriminadas, com um uso de artilharia e bombardeios pesados. Isto acarretará um número de vítimas e uma destrutividade muito maiores.
Apesar de o número de vítimas civis já estar aumentando, o ministro negou que as tropas russas tomem como alvos infraestruturas civis ou residenciais. Ele repetiu o discurso das autoridades de Moscou de que as forças ucranianas utilizam os civis como escudos.
“Lança-foguetes múltiplos e morteiros de grande calibre estão instalados nos pátios dos imóveis próximos de escolas e jardins de infância”, afirmou Shoigu.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez as mesmas acusações, o que alimentou o temor de intensificação dos ataques em áreas urbanas. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.
O Sul
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