domingo, 13 de março de 2022

Putin autoriza convocação de combatentes do Oriente Médio para lutar na Ucrânia

 


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aprovou nesta sexta-feira (11) o recrutamento de milhares de combatentes do Oriente Médio para lutar contra a Ucrânia na invasão militar iniciada no dia 24 de fevereiro.

A medida, pouco mais de duas semanas desde que Putin ordenou a invasão, permite à Rússia enviar mercenários experientes em conflitos como a Síria sem arriscar mais baixas militares russas. Ela é mais um indício de que a Rússia, que simultaneamente conduz ataques em diversas partes da Ucrânia, pode sofrer escassez de soldados, após a totalidade dos até 190 mil militares que estavam concentrados na fronteira já terem ingressado no território invadido.

Segundo a Reuters, durante reunião do Conselho de Segurança russo, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse que há 16 mil “voluntários” no Oriente Médio prontos para lutar com as forças apoiadas pela Rússia na região separatista de Donbass, no leste da Ucrânia.

“Se vemos que existem essas pessoas que querem por sua própria vontade, não por dinheiro, vir ajudar as pessoas que vivem em Donbass, então precisamos dar a elas o que elas querem e ajudá-las a chegar à zona de conflito”, disse Putin.

Shoigu também propôs que os mísseis Javelin e Stinger, fabricados no Ocidente e capturados pelo Exército russo na Ucrânia, sejam entregues às forças do Donbass.

“Quanto à entrega de armas, especialmente as de fabricação ocidental que caíram nas mãos do Exército russo, é claro que apoio a possibilidade de entregá-las às unidades militares das repúblicas populares de Luhansk e Donetsk”, afirmou Putin na reunião.

Na quinta-feira, em uma conversa pública especialmente detalhada, chefes de Inteligência americana disseram a parlamentares que a Rússia ficou surpresa com a força da resistência ucraniana, que impediu o Kremlin de alcançar uma esperada vitória rápida. A tática fulminante, afirmou o diretor da CIA, William Burns, tinha como um de seus propósitos impedir os Estados Unidos e a Otan de fornecerem ajuda militar significativa.

Shoigu disse que as armas ocidentais estão fluindo para a Ucrânia de uma maneira “absolutamente descontrolada” e que os militares russos planejam fortalecer sua fronteira ocidental.

“O Estado-maior está trabalhando e está quase finalizando um plano para fortalecer nossas fronteiras ocidentais, incluindo, naturalmente, novos complexos modernos”, disse Shoigu.

No início da semana, o governo dos EUA alertou que havia indícios de que a Rússia estaria tentando recrutar sírios para lutar na Ucrânia. Conforme divulgado pelo Pentágono, um alto funcionário da Defesa disse que não estava claro quantos sírios Vladimir Putin está tentando recrutar, mas disse que “achamos digno de nota que ele acredite que precisa confiar em combatentes estrangeiros”. Na ocasião, não havia evidências de que combatentes sírios teriam chegado à Ucrânia.

O recrutamento de estrangeiros por parte da Rússia foi relatado pela primeira vez por um site de notícias sírio DeirEzzor24. A publicação dizia que Moscou estava procurando voluntários para atuar como guardas em contratos de seis meses, por entre US$ 200 e US$ 300 por mês. Os russos também empregam mercenários do grupo privado Wagner (agora rebatizado Liga) e forças chechenas em posições de liderança, o que é incomum. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.

O Sul

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