A Prefeitura de Porto Alegre promoveu, na tarde desta quinta-feira (10), um debate técnico sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras nos espaços ao ar livre. Nesta sexta-feira (11), o prefeito Sebastião Melo se reúne com a equipe técnica para examinar as contribuições dos especialistas e avaliar a flexibilização.
A videoconferência foi aberta pelo prefeito, que cumpre agenda em Brasília, e contou com a participação do vice-prefeito Ricardo Gomes e dos secretários extraordinário para Enfrentamento da Covid-19, Cesar Sulzbach, e da Saúde, Mauro Sparta. Eles ouviram especialistas convidados de universidades e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde.
Melo afirma que a gestão enfrenta a pandemia com responsabilidade, sempre com foco no equilíbrio entre saúde e atividades econômicas. “Em momentos cruciais, a Capital atuou de forma prudente e cancelou eventos de grandes aglomerações, como Réveillon, o que não se viu no litoral ou em outras regiões, em nível estadual”, ressalta o prefeito.
Segundo Melo, o avanço da vacinação e a queda nos indicadores de contágio e ocupação da rede hospitalar contribuem para iniciar a construção do melhor caminho para desobrigatoriedade do uso de máscaras.
“Agora, felizmente diante de um cenário de retração da pandemia e com ampla cobertura vacinal, chegou o momento de avançar na reflexão sobre as máscaras sem demagogia e ideologia, mas com base nos dados da saúde e na ciência”, disse o prefeito Sebastião Melo.
Especialistas
A reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Lucia Pellanda, afirma que a queda nos indicadores é uma boa notícia e acredita que é possível flexibilizar o uso de máscaras em locais abertos.
No entanto, reforça que pessoas não vacinadas e imunossuprimidas devem manter a proteção. Já em locais fechados, ela defende seguir com o uso. “Nos locais de trabalho as máscaras são muito importantes para evitar os surtos”, diz.
Para o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Alexandre Zavascki, a retirada da obrigatoriedade da máscara em locais ao ar livre deve ser avaliado para depois avançar para outras flexibilizações, como ambientes fechados.
Segundo o professor Fernando Rosado Spilki, da Feevale, o bom momento da pandemia se deve à vacinação. Em Porto Alegre, 95,4% da população acima de 5 anos recebeu, pelo menos, a primeira dose, conforme o Vacinômetro.
“Ambientes em espaços abertos e sem aglomeração será um alento para a população. Por outro lado, é preciso educar os moradores sobre a necessidade de uso para a parcela que necessita de mais cuidados. A liberação em ambientes fechados deve ser olhado com muita cautela”, diz.
Cenário
O coordenador da Vigilância em Saúde da SMS, Fernando Ritter, apresentou os dados epidemiológicos da Capital. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, houve redução de casos confirmados pela sexta semana epidemiológica consecutiva, com níveis equivalentes a abril de 2021 e setembro de 2020.
A região 10, composta por Porto Alegre, Cachoeirinha, Alvorada, Gravataí, Viamão e Glorinha, apresenta a menor taxa de contaminação acumulada em sete dias, com 160 casos para cada 100 mil pessoas. A média do Estado é de 300.
Os pronto-atendimentos registraram queda de procura por quadros gripais, assim como os leitos de enfermaria e internações em UTI. “Os surtos em escolas também reduziram significativamente. Nesta última semana, foi registrado apenas um, menor número desde o início do ano passado”, completa Ritter.
O prefeito em exercício Ricardo Gomes destaca que a troca de informações é fundamental para prefeitura ter um cenário completo e bem desenhado para tomada de decisão. “Passamos por momentos muito distintos desde o início da pandemia e entendemos que esta é a oportunidade ideal para fazer esta discussão. Nosso desejo é retornarmos a vida cotidiana mais perto da normalidade”, ressalta.
O Sul
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