Para uma claque de apoiadores no Paraná, o ex-presidente Lula disparou contra os principais adversários, contra o Congresso e contra privatizações reais e imaginárias, citando nominalmente a Petrobras e os Correios, que nunca saíram do papel. Aos 76 anos, Lula quer ressuscitar embates ideológicos dos tempos da Guerra Fria enquanto levanta bandeiras antidemocráticas e chavistas como “regular a mídia”.
O ex-presidente diz que a Petrobras será “devolvida ao povo”. Lula conta também com a leniência de parte do eleitorado, como no último levantamento da Genial/Quaest publicado na última semana em que 54% dos que acham que ele foi condenado justamente votarão nele mesmo assim.
Empresas como a Petrobras têm ações listadas em bolsa e já são, no sentido técnico do termo, “públicas”. Com o capital aberto e regras rígidas e modernas de governança, uma grande empresa é realmente pública quando participa do mercado de ações e pode ser controlada de forma transparente pelos investidores que negociam seus papéis.
Empresas estatais cujo controle é exercido com mão de ferro por governos serão sempre um convite à corrupção, clientelismo e todo tipo de favorecimento e compadrio com os amigos dos mandatários de turno.
A estratégia eleitoral de Lula, ao apelar para argumentos bastante ideologizados e polêmicos, é clara: jogar o eleitor de centro e centro-direita para o colo do presidente Bolsonaro, adversário dos sonhos dele e cujo embate em 2018 foi adiado para este ano.
Ao vestir o boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Lula quer colocar esquerda x direita, ou o que ele e muitos de sua geração entendem por esses conceitos, no centro do debate, tirando ainda mais relevância dos postulantes da chamada terceira via, que agoniza nas pesquisas.
O Sul
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