Valores estão em atraso há mais de 15 dias
Um grupo de motociclistas que trabalham com entrega se reuniu na noite desta sexta-feira em frente à unidade da Jerônimo Burger, que faz parte do grupo Madero, para protestar pela falta de pagamento pelos serviços prestados. O objetivo foi exigir os valores em atraso, que variam de 15 a 21 dias. Os trabalhadores relataram que tinham uma rotina fixa, inclusive com o cumprimento de escala, e foram dispensados sem muitas explicações e sem contato para resolver as pendências financeiras.
O advogado do Sindicato dos Motociclistas e Ciclistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindimoto-RS), Felipe Carmona, explicou que cerca de 70 profissionais são terceirizados junto ao grupo Madero tiveram o contrato rompido sem que tivessem recebido os devidos valores rescisórios. “Eles pediram a intercessão do Sindicato para negociar com os representantes da contratante Speed Olog , que enviou um comunicado dizendo que vai regularizar a situação”, comentou.
Carmona esclareceu que o Sindimoto-RS entrou com uma medida cautelar na Justiça do Trabalho para bloquear qualquer valor que a empresa tem ou bens a fim de que possa contemplar o pagamento das verbas rescisórias e salários. O advogado salientou que essa situação também acontece em outros estados e disse que há contradição entre os posicionamentos do Madero e a Speed Olog. “ A Speed disse que deve em torno de R$ 188 mil para os trabalhadores e o Madero falou que é em torno de R$ 100 mil para todo o Brasil, o que caracteriza uma divergências entre os valores”, destacou.
Em nota, a assessoria do grupo Madero explica que manteve até 7 de março uma relação comercial com a empresa Speed Olog para a prestação de serviços de entrega de delivery tendo cumprido com todas as suas obrigações contratuais até o momento. “Neste sentido, toda e qualquer afirmação de que os entregadores que prestam serviços à Speed Olog, não receberam seus haveres por atrasos decorrentes do Grupo Madero é inverídica, infundada e será, oportunamente, questionada em juízo”, diz um dos trechos do documento.
Em contrapartida, a assessoria da Speed Olog apresentou outra versão por escrito. A empresa ressaltou que o Madero decidiu encerrar o contrato sem aviso prévio e sem motivação idônea e com isso decidiram fazer retenções arbitrárias e não pagar os valores mínimos atrasados e que por isso, no momento, não há valor suficiente para repassar aos entregadores pelos serviços (fretes) já prestados ao Madero. “Isso porque, repisa-se, a diferença de valores referentes a faturas anteriores e a retenção arbitrária de uma multa que não se aplica ao caso fez ruir as reservas da Speed”, afirma um trecho da posição. “Para tanto, mesmo quando o Madero deixou, em outras oportunidades, de repassar valores mínimos, nós fizemos o pagamento aos entregadores com recursos próprios e provenientes de empréstimos que fomos obrigados a tomar. Estamos enviando todos os esforços para sensibilizar o Madero a pagar os valores devidos aos motofretistas que prestaram os serviços de entrega de lanches”, esclareceu.
O motociclista Daniel Soares da Silva trabalhava era contratado da Speed desde março de 2021, contou que não recebe há 21 dias. “Um dia fui trabalhar e informaram que não tinha mais trabalho, não houve uma conversa, nem nada”, enfatizou.
O motociclista Diego Henrique Laranjeira Nunes também passa pela mesma situação. “Atrasou minhas contas, queria fazer o aniversário da minha filha e não vou conseguir”, comentou.
O advogado do Sindimoto-RS disse que ainda não foi dado um prazo. “Há a previsão de uma audiência ainda nesta semana para resolver essa situação, basta as empresas aceitarem essa alternativa”, comentou.
Correio do Povo
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