sábado, 19 de março de 2022

Motociclistas protestam contra falta de pagamento por serviço de entrega de fast food

 Valores estão em atraso há mais de 15 dias


Um grupo de motociclistas que trabalham com entrega se reuniu na noite desta sexta-feira em frente à unidade da Jerônimo Burger, que faz parte  do grupo Madero, para protestar pela falta de pagamento pelos serviços prestados.  O objetivo foi exigir os valores em atraso, que variam de 15 a 21 dias. Os trabalhadores relataram que tinham uma rotina fixa, inclusive com o cumprimento de escala, e foram dispensados sem muitas explicações e sem contato para resolver as pendências financeiras.

O advogado do Sindicato dos Motociclistas e Ciclistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindimoto-RS), Felipe Carmona, explicou que cerca de 70 profissionais  são terceirizados junto ao grupo Madero tiveram o contrato rompido sem que tivessem recebido os devidos valores rescisórios. “Eles pediram a intercessão do Sindicato para negociar com os representantes da contratante Speed Olog , que enviou um comunicado dizendo que vai regularizar a situação”, comentou. 

Carmona esclareceu que o Sindimoto-RS entrou com uma medida cautelar na Justiça do Trabalho para bloquear qualquer valor que a empresa tem ou bens a fim de que possa contemplar o pagamento das verbas rescisórias e salários. O advogado salientou que essa situação também acontece em outros estados e disse que há contradição entre os posicionamentos do  Madero e a Speed Olog. “ A Speed disse que deve em torno de R$ 188 mil para os trabalhadores e o Madero falou que é em torno de R$ 100 mil para todo o Brasil, o que caracteriza uma divergências entre os valores”, destacou.

Em nota, a assessoria do grupo Madero explica que manteve até 7 de março uma relação comercial com a empresa Speed Olog para a prestação de serviços de entrega de delivery tendo cumprido com todas as suas obrigações contratuais até o momento. “Neste sentido, toda e qualquer afirmação de que os entregadores que prestam serviços à Speed Olog, não receberam seus haveres por atrasos decorrentes do Grupo Madero é inverídica, infundada e será, oportunamente, questionada em juízo”, diz um dos trechos do documento. 

Em contrapartida, a assessoria da Speed Olog apresentou outra versão por escrito.  A empresa ressaltou que o Madero decidiu encerrar o contrato sem aviso prévio e sem motivação idônea e com isso decidiram fazer retenções arbitrárias e não pagar os valores mínimos atrasados e que por isso, no momento, não há valor suficiente para repassar aos entregadores pelos serviços (fretes) já prestados ao Madero. “Isso porque, repisa-se, a diferença de valores referentes a faturas anteriores e a retenção arbitrária de uma multa que não se aplica ao caso fez ruir as reservas da Speed”, afirma um trecho da posição. “Para tanto, mesmo quando o Madero deixou, em outras oportunidades, de repassar valores mínimos, nós fizemos o pagamento aos entregadores com recursos próprios e provenientes de empréstimos que fomos obrigados a tomar. Estamos enviando todos os esforços para sensibilizar o Madero a pagar os valores devidos aos motofretistas que prestaram os serviços de entrega de lanches”, esclareceu. 

O motociclista Daniel Soares da Silva trabalhava era contratado da Speed desde março de 2021, contou que não recebe há 21 dias. “Um dia fui trabalhar e informaram que não tinha mais trabalho, não houve uma conversa, nem nada”, enfatizou. 

O motociclista Diego Henrique Laranjeira Nunes também passa pela mesma situação. “Atrasou minhas contas, queria fazer o aniversário da minha filha e não vou conseguir”, comentou.

O advogado do Sindimoto-RS disse que ainda não foi dado um prazo. “Há a previsão de uma audiência ainda nesta semana para resolver essa situação, basta as empresas aceitarem essa alternativa”, comentou.

Correio do Povo

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