O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do País, acelerou para 1,01% em fevereiro, após ter registrado taxa de 0,54% em janeiro, segundo dados do IBGE. Foi a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,54%, acelerando frente aos 12 meses até janeiro, se mantendo acima do dobro do teto da meta para o ano.
Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em fevereiro, mas os principais impactos vieram dos preços dos grupos Educação (5,61%) e Alimentação e Bebidas (1,28%).
“Em fevereiro, são incorporados no IPCA os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. Portanto esse foi o item que teve o maior impacto no mês, com peso de 0,31 ponto percentual. O outro grupo que pesou bastante no mês foi o de Alimentação e bebidas, que acelerou para 1,28% e contribuiu com 0,27 ponto percentual. Juntos, os dois grupos representaram cerca de 57% do IPCA de fevereiro”, explicou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Veja o resultado para cada um dos grupos pesquisados:
— Alimentação e bebidas: 1,28%
— Habitação: 0,54%
— Artigos de residência: 1,76%
— Vestuário: 0,88%
— Transportes: 0,46%
— Saúde e cuidados pessoais: 0,47%
— Despesas pessoais: 0,64%
— Educação: 5,61%
— Comunicação: 0,29%
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), principal referência para reajustes salariais, subiu 1% em fevereiro, acima do percentual de 0,67% de janeiro, acumulando alta de 10,8% nos últimos 12 meses.
Projeção e meta para o ano
Apesar da queda do dólar nas últimas semanas, os preços mais altos das commodities em meio à guerra na Ucrânia e o novo aumento nos preços dos combustíveis no país pressionam para um quadro inflacionário ainda pouco confortável.
Em 2021, a inflação oficial foi de 10,06%, sendo a maior alta desde 2015.
A média das expectativas do mercado para a inflação fechada de 2022 está em 5,65%, mas vários analistas já projetam um IPCA acima de 6% no ano. Com isso, a tendência é de estouro do teto do sistema de metas pelo segundo ano seguido.
A meta central para o IPCA deste ano é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. O objetivo foi fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, que está atualmente em 10,75% ao ano. A projeção do mercado é de Selic em 12,25% ao ano ao fim 2022.
Para 2023, os economistas estimam em 3,51% a taxa de inflação. Para o próximo ano, a meta foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
O Sul
Nenhum comentário:
Postar um comentário