terça-feira, 1 de março de 2022

EUA expulsa 12 membros da missão diplomática russa na ONU por espionagem

 Agentes de inteligência consideraram ameaça à segurança nacional


Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira a expulsão "por espionagem" de 12 membros da missão diplomática russa na ONU, uma medida denunciada por Moscou como "uma ação hostil", em meio à crise aberta entre as potências devido à guerra na Ucrânia.

A missão dos Estados Unidos na ONU informou em comunicado que os 12 delegados russos são "agentes de inteligência que abusaram de seus privilégios de residência" no país anfitrião, realizando "atividades de espionagem contrárias à segurança nacional".

O primeiro a anunciar a expulsão foi o embaixador russo nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia, em uma entrevista coletiva inusitada. No começo do encontro com os jornalistas, ele pediu licença para atender a um telefonema. "Acabo de receber a informação de que autoridades americanas declararam personae non gratae 12 diplomatas da missão" da Rússia na ONU, anunciou.

Nebenzia denunciou a "ação hostil" e "grave violação por parte do país anfitrião" de seus compromissos no âmbito das regras aplicáveis aos estrangeiros que trabalham nas Nações Unidas, ressaltando que os afetados têm até 7 de março para deixar o país.

"Esse é um movimento hostil contra o nosso país", criticou no Facebook Anatoly Antonov, embaixador da Rússia nos Estados Unidos, acrescentando que a medida causou "profunda decepção" e "rejeição absoluta" em Moscou.

Uma fonte diplomática russa disse à AFP que a decisão de expulsão não foi dirigida ao embaixador, nem a seus adjuntos principais, Dmitry Polyanskiy e Anna Evstigneeva. Segundo Olivia Dalton, porta-voz da missão dos Estados Unidos na ONU, a ação estava "em desenvolvimento há meses".

Pouco antes, o embaixador adjunto dos Estados Unidos na ONU, Richard Mills, disse em uma reunião do Conselho de Segurança que a expulsão desses diplomatas se devia a "atividades que não correspondem" ao seu status.

A missão russa na ONU conta com cerca de 100 pessoas, de acordo com uma fonte diplomática russa.



AFP e Correio do Povo

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