Em entrevista exclusiva ao 'Esfera Pública', governador reforçou motivações que levaram a renúncia do governo
O desejo de ter um papel decisivo nas eleições nacionais, motivo que levou Eduardo Leite (PSDB) a renunciar ao governo do Estado, foi reforçado pelo ainda governador durante entrevista exclusiva ao programa 'Esfera Pública', da Rádio Guaíba, nesta terça-feira. Sem um cargo definido pelo qual deve concorrer em outubro, Leite anunciou que deixaria o comando do Piratini nesta segunda-feira, em entrevista coletiva.
Apesar de seu desejo, e de parte do seu partido, de concorrer à presidência da República, o governador esclareceu que sua renúncia não tinha o objetivo de resultar em ações que levassem a "tirar a legitimidade das prévias", disputa interna realizada dentro do PSDB, em novembro, na qual o governador de São Paulo, João Doria, foi escolhido como nome do partido para a disputa presidencial. Mas relembrou, em seguida, sobre o entendimento por parte de alguns de que ele é a melhor alternativa para a polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). "Muitas pessoas entendem que o meu nome seja um bom nome para liderar esse projeto. Me sinto capaz de fazer. Agora, se houver o sentimento diverso e existir segurança nesse caminho, vamos lá, o propósito é mais importante", afirmou.
Segundo o tucano, que deverá iniciar um roteiro de viagens pelo Brasil a partir da próxima semana, seu destino será discutido com um grupo de lideranças políticas nacional e estadual. Entretanto, nos bastidores, essa articulação já vem sendo traçada e o objetivo é levar Leite, e não Doria, para a disputa ao Planalto. Durante entrevista, ele destacou os feitos da sua gestão e a sua forma de governar - com "diálogo e respeito" -, mas reafirmou que sua saída não tratava de um projeto pessoal. Pois, se fosse, "teria opções", relembrando a oferta do presidente do PSD, Gilberto Kassab, para que Leite migrasse e fosse o candidato do partido a presidência.
Leite ainda reforçou informações dadas durante coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, quando renunciou ao Piratini, sobre conversas entre PSDB, União Brasil e MDB na busca de "esforços para furar a polarização". Sobre a possibilidade de encolhimento do partido, que já vem acontecendo, principalmente após as eleições de 2018, ele admitiu: é um risco.
Com a saída de Leite, prevista para esta quinta-feira, Ranolfo Vieira Júnior, que é vice, assume.
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário