quinta-feira, 3 de março de 2022

Com voto do Brasil, Assembleia-Geral da ONU condena Rússia por 141 a favor e 5 contra

 


Com apoio do Brasil, a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou na tarde desta quarta-feira (2) uma resolução contra a invasão russa à Ucrânia. No sétimo dia da guerra, os russos prosseguem com os ataques em diversas cidades ucranianas.

A reunião foi convocada pelo Conselho de Segurança e feita de forma emergencial para discutir a situação no Leste Europeu. Para a aprovação, foi necessário maioria de 2/3 dos votantes. Foram 141 votos a favor, cinco contrários e 35 abstenções.

Além da votação na ONU, uma nova rodada de negociações entre os dois países foi confirmada para hoje, segundo um assessor do governo ucraniano. No fim da manhã (horário de Brasília), uma delegação russa já se dirigia para o ponto de encontro com negociadores ucranianos, informou a agência de notícias Belta, de Belarus.

A primeira conversa entre as delegações após o início dos ataques ocorreu na segunda-feira (28) e teve duração de cinco horas, mas terminou sem um avanço. Na terça-feira (1º), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia deve parar o bombardeio de cidades ucranianas antes que as negociações possam ocorrer.

Ainda nesta quarta, porém, o departamento de polícia regional de Kharkiv e a Universidade Nacional de Kharkiv foram alvo de um ataque militar, de acordo com o Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia e imagens geolocalizadas. O conselho da cidade de Mariupol também disse que a cidade ao sul estava sob controle ucraniano, mas travada em batalhas com tropas russas.

O Ministério da Defesa russo também anunciou nesta quarta que as forças armadas tomaram a cidade de Kherson. Autoridades ucranianas rebateram e afirmaram que ainda estão no controle da região, que fica ao sul.

Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o fechamento do espaço aéreo americano para a Rússia – isolando ainda mais o país de Vladimir Putin.

Voto do Brasil

O Brasil votou a favor da resolução, mas alertou que “a resolução é um apelo à paz da comunidade internacional. Mas a paz exige mais do que o silêncio das armas e a retirada das tropas. O caminho para a paz requer um trabalho abrangente sobre as preocupações de segurança das partes”.

Segundo a representação da ONU no Brasil, a “resolução não pode ser vista como permissiva à aplicação indiscriminada de sanções e ao envio de armas. Essas iniciativas não conduzem à retomada adequada de um diálogo diplomático construtivo e correm o risco de aumentar ainda mais as tensões com consequências imprevisíveis para a região e além”.

“Não há nada a ganhar” com uma nova Guerra Fria, alertou o embaixador da China na ONU, Zhang Jun, depois de lembrar que a “mentalidade” desta época “baseada no confronto de blocos deve ser abandonada”. Aliada da Rússia, a China se absteve de votar uma resolução semelhante no Conselho de Segurança na sexta-feira passada.

Aos olhos dos aliados latino-americanos, esse conflito foi causado pela expansão da Otan para os antigos países satélites da extinta União Soviética, cuja área de influência Putin quer restaurar.

O Sul

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