O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (28) que o Brasil concederá vistos humanitários para receber ucranianos que deixarem o país em razão da guerra motivada pela invasão do país pela Rússia.
Segundo ele, até esta terça-feira, será publicada uma portaria conjunta dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores que permitirá acolher ucranianos em fuga da guerra.
“Vamos abrir a possibilidade de ucranianos virem ao Brasil através do visto humanitário, que é a forma mais fácil. Não vamos ter problema nenhum. Estamos dispostos a receber ucranianos”, declarou o presidente.
Segundo informações da ONU (Organização das Nações Unidas), 422 mil pessoas deixaram a Ucrânia desde o início da invasão russa. Bolsonaro não informou o número de ucranianos que admitirá receber.
Brasil Neutro
Bolsonaro disse no domingo que o Brasil irá adotar um posicionamento neutro em relação à invasão russa à Ucrânia, pois não quer “trazer as consequências do embate para o país”.
Ao ser questionado sobre o cerco que o exército russo faz na capital ucraniana, Kiev, Bolsonaro disse que é um “exagero falar em massacre”. As declarações foram dadas durante entrevista coletiva à imprensa dentro do Forte dos Andradas, em Guarujá, no litoral de São Paulo, onde o presidente e sua comitiva estão hospedados para passar o feriado de carnaval.
Em uma sala improvisada no local, Bolsonaro conversou por cerca de 30 minutos e respondeu perguntas de jornalistas.
“O mundo todo está conectado que o que acontece a 10 mil km influencia no Brasil”, disse. “Nós temos que ter muita responsabilidade, porque temos negócios, em especial com a Rússia. O Brasil depende de fertilizantes.”
O presidente também falou sobre o voto do Brasil na resolução da ONU. “Não tem nenhuma sanção ou condenação ao presidente Putin”, garantiu. “O voto do Brasil não está atrelado a qualquer potência. A nossa posição com o ministro Carlos França é de equilíbrio. E nós não podemos interferir. Nós queremos a paz, mas não podemos trazer consequências para cá”, defendeu o posicionamento.
Quando questionado se continuaria com discurso de neutralidade mesmo após o avanço das tropas russas por cidades da Ucrânia e possível mortes de civis, o presidente respondeu que “grande parte da população da Ucrânia fala russo”. “São países praticamente irmãos. Um massacre de civis há muito tempo não se ouve falar. Não é tática de nenhum mundo fazer isso”, respondeu.
O Sul
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