sexta-feira, 25 de março de 2022

Bolsonaro diz que o ministro da Educação é alvo de “covardia”: “Boto a minha cara no fogo por ele”

 


O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira (24), em transmissão ao vivo em redes sociais, a permanência no cargo do ministro da Educação, Milton Ribeiro.

Na última segunda-feira (21), o jornal “Folha de S.Paulo” divulgou um áudio em que Milton Ribeiro afirma que dá preferência a municípios indicados por dois pastores – e que faz isso em atenção a um pedido do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a reportagem, a declaração foi dada em uma reunião com prefeitos.

Na semana anterior, o jornal “O Estado de S. Paulo” já havia apontado a existência de um “gabinete paralelo” de pastores que controlaria verbas e agenda do Ministério da Educação.

“O Milton, coisa rara de eu falar aqui. Eu boto minha cara no fogo pelo Milton, minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, declarou Bolsonaro.

Nesta quinta, atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de um inquérito para apurar as suspeitas de que Ribeiro estaria favorecendo o pedido de pastores na liberação de recursos do ministério.

Na transmissão ao vivo, Bolsonaro defendeu o trabalho de Milton Ribeiro e disse que o caso já tinha sido encaminhado aos órgãos de investigação antes de os áudios serem revelados. O presidente também afirmou que há pessoas pressionando pela troca do ministro – Bolsonaro não disse quem são esses interlocutores.

“Agora, tem gente que fica buzinando, faz chegar pra mim: ‘Manda o Milton embora, já tenho um bom nome para botar aí.’ Tem gente que quer botar alguém lá, mas não fala publicamente, ‘ó eu tenho um nome'”, afirmou Bolsonaro.

O presidente disse ainda que, se o ministro “estivesse armando”, ele não divulgaria sua agenda oficial. No entanto, segundo a Lei de Conflito de Interesses, os ministros de estado devem “divulgar, diariamente, por meio da rede mundial de computadores — internet, sua agenda de compromissos públicos”.

“O Milton tomou as providências. Daí, alguns falam: ‘ah, ele tinha 19 agendas’. Se ele estivesse armando, meu deus do Céu, armando, não teria botado uma agenda oficial aberta ao público. É muito simples. Quando o cara quer armar, ele vai pelado à piscina, vai num fim de mundo, numa praia, vai pro meio do mato. É assim que ele age, ele não bota na agenda ali o nome do corruptor, não bota.”, afirmou Bolsonaro.

O Sul

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