sábado, 19 de março de 2022

Banir Telegram pode "causar óbitos", diz Bolsonaro

 Segundo presidente, plataforma é utilizada para contatos entre médicos, pacientes e hospitais; bloqueio "é inadmissível", definiu



O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou que a decisão de barrar o Telegram no Brasil pode até "causar óbitos". Segundo ele, a plataforma é utilizada para contatos entre médicos, pacientes e hospitais. As declarações foram dadas na noite desta sexta-feira (18), em evento no Acre.

"70 milhões de pessoas usam o Telegram no Brasil, para fazer negócio, se comunicar com a família, lazer e fazer contato [entre] hospital, paciente e médico. Olha as consequências da decisão monocrática de um ministro do Supremo. É inadmissível. [...] Por não conseguir atingir duas ou três pessoas, [a decisão] atinge milhões, podendo inclusive causar óbito no Brasil por falta de contato paciente-médico."

Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que o aplicativo de mensagens Telegram seja bloqueado no Brasil, após diversas tentativas de contato do Judiciário brasileiro com a empresa.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) foi notificada para fazer o bloqueio imediato do aplicativo, que ainda segue em funcionamento. Em decisão do mês passado, Moraes deu prazo de 48 horas para que perfis ligados ao blogueiro Allan dos Santos fossem retirados do ar pelo Telegram, sob pena de barrar o funcionamento do serviço no Brasil. A empresa atendeu à solicitação.

A fala aconteceu quando Bolsonaro começou a tecer críticas ao STF e manifestou preocupação com as eleições. “Quem se eleger este ano indica dois ministros em 2023 para o Supremo", lembrou. 

Um dos fundadores do Telegram, Pavel Durov pediu desculpas ao Supremo após a empresa não ter cumprido uma série de sentenças judiciais impostas pela Corte. "Estou certo de que, uma vez estabelecido um canal de comunicação confiável, poderemos processar com eficiência as solicitações de remoção de canais públicos que são ilegais no Brasil", acrescentou.

R7 e Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário