sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Sindicato dos Rodoviários não fará acordo coletivo para nova jornada de trabalho dos motoristas

 Empresas terão que negociar individualmente com cada trabalhador


O decreto municipal que extingue a função de cobrador nos ônibus de Porto Alegre cria uma dupla jornada de trabalho para os motoristas, que, além de dirigir, deverão também controlar a tarifa paga em dinheiro. É isso que diz o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre (Stetpoa), contrário a mudança. O presidente da entidade, Sandro Abbade, deixa claro que o sindicato não aprova a nova função dos motoristas, que exigirá um aditivo contratual.

“O trabalhador pode escolher ou não assinar o novo contrato. De forma alguma aprovaremos um contrato coletivo que obrigue os trabalhadores a fazer dupla jornada. Só fará isso quem aderir ao novo contrato e isso não é chancelado pelo sindicato”, afirma Abbade. Segundo ele, as empresas que quiserem aderir a extinção dos cobradores e a nova jornada dos motoristas terão que negociar com cada trabalhador um aditivo no contrato.

O presidente do sindicato teve uma reunião por telefone com a presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Tula Vardaramatos, na tarde de quinta-feira, quando foi discutido quais serão as primeiras linhas a circular sem cobrador. “A partir da semana que vem vai sair algumas tabelas de algumas empresas, como forma de teste, para sair sem cobrador”, confirmou Abbade.

Em um primeiro momento, a circulação sem cobradores se dará em linhas pequenas, com menor número de passageiros pagantes em dinheiro. Abbade ainda frisa que o Sindicato está trabalhando para garantir uma rescisão justa para os cobradores e um aumento salarial para os motoristas que exercerão duas funções.

A ATP informou que a conversa com Abbade não foi uma reunião oficial e, portanto, optou por não se manifestar sobre o tema no momento.


Correio do Povo

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