Alegação do Kremlin é de que Kiev rejeitou as negociações
O Exército russo recebeu ordens, neste sábado (26), para expandir sua ofensiva contra a Ucrânia. A ofensiva ocorrerá apesar do crescente protesto internacional contra a invasão. A alegação do Kremlin é de que Kiev rejeitou as negociações.
"Hoje, todas as unidades receberam a ordem de ampliar a ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano de ataque", declarou o Ministério russo da Defesa, em um comunicado.
A prefeitura de Kiev decretou um toque de recolher que ficará em vigor de hoje às 8h locais (3h em Brasília) de segunda-feira (28). Em comunicado, a assessoria da prefeitura da capital ucraniana acrescentou que todas as pessoas que estiverem nas ruas durante este período "serão consideradas membros de grupos sabotadores inimigos".
Até o terceiro dia da ofensiva lançada pelo presidente russo, Vladimir Putin, pelo menos 198 civis ucranianos, incluindo três crianças, foram mortos, e 1.115 pessoas ficaram feridas na Ucrânia, de acordo com o ministro ucraniano da Saúde, Viktor Lyashko.
Washington acusou Moscou de querer assumir o controle de Kiev para "decapitar o governo" ucraniano e, assim, instalar um poder que lhe seja favorável.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, assegurou que "armas e equipamentos de parceiros estão a caminho da Ucrânia", referindo-se a uma "coalizão antiguerra", após uma conversa com o presidente francês, Emmanuel Macron. O Ministério holandês da Defesa informou que entregará 200 mísseis antiaéreos Stinger para a Ucrânia "o mais rápido possível". Já Praga anunciou que doará armas no valor de 7,6 milhões de euros para Kiev.
E o secretário de Estado americano, Antony Blinken, anunciou uma nova assistência militar à Ucrânia no valor de 350 milhões de dólares. "Este pacote incluirá mais assistência defensiva letal para ajudar a abordar as ameaças blindadas, aéreas e de outro tipo que a Ucrânia enfrenta atualmente", declarou Blinken, em um comunicado.
Confronto em Kiev
Em Kiev, agora uma cidade-fantasma abandonada por seus habitantes, os combates entre as forças russas e ucranianas acontecem na Avenida Vitória. Essa é uma das principais artérias da capital.
Soldados ucranianos em patrulha garantiram à AFP que as forças russas estavam em posição de tiro a poucos quilômetros de distância. Sob um céu azul, os destroços de um caminhão militar atingido por um míssil ainda fumegavam, enquanto detonações eram ouvidas ao longe. O metrô de Kiev está parado e agora serve de "abrigo" antiaéreo para os moradores, anunciou o prefeito Klitschko no aplicativo de mensagens Telegram.
Um grande edifício residencial foi atingido por mísseis na manhã deste sábado, segundo as autoridades ucranianas, que não informaram sobre vítimas.
Um prédio em Kiev é atingido por um míssil enquanto a luta entre as forças russas e ucranianas se intensifica.
— Correio do Povo (@correio_dopovo) February 26, 2022
🎥 TELEGRAM / @vitaliy_klitschko / AFP pic.twitter.com/PAQveAFP5P
Segundo o ministério do interior do país, não há vítimas fatais.
— Correio do Povo (@correio_dopovo) February 26, 2022
🎥DMITRY ZAKS / AFPTV / AFP pic.twitter.com/D8lDlOrXJS
A noite foi "difícil", disse o prefeito, garantindo que "unidades de sabotagem" de Moscou estão na cidade, mas que ainda não há unidades regulares do Exército russo.
No Facebook, o Exército ucraniano informou que destruiu uma coluna de cinco veículos militares, incluindo um tanque, na Avenida da Vitória, em Kiev. Durante a noite, as autoridades relataram um ataque russo a uma central elétrica no bairro de Troieshchyna, no nordeste da capital.
Até agora, o Ministério russo da Defesa não mencionou a ofensiva em Kiev. Cita apenas disparos de mísseis de cruzeiro contra infraestruturas militares, avanços no leste, onde Exército apoia os separatistas nos territórios de Donetsk e Lugansk, e no sul.
AFP e Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário