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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Presidente ucraniano está disposto a negociar com Moscou, mas não em Belarus

 "Varsóvia, Bratislava, Budapeste, Istambul, Baku. Propomos qualquer uma dessas", disse Volodimir Zelensky



O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse neste domingo que seu país está disposto a dialogar com a Rússia, mas rejeitou as negociações em Belarus, conforme proposta feita pelo porta-voz do Kremlin pouco antes.

"Varsóvia, Bratislava, Budapeste, Istambul, Baku. Propomos qualquer uma dessas", disse o presidente, em um vídeo publicado online. "E qualquer outra cidade em um país, de onde não nos lancem mísseis, está bom para nós", disse o presidente, de 44 anos, acusando Belarus de servir de plataforma para Moscou invadir a Ucrânia

O vídeo de Zelensky foi divulgado logo depois que o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse às agências de notícias russas que Moscou havia enviado uma delegação para negociações em Gomel, uma cidade do sudeste de Belarus perto das fronteiras de Rússia e Ucrânia.

Uma delegação de representantes dos "Ministérios das Relações Exteriores, Defesa e outros serviços, entre eles a administração presidencial, chegou a Belarus para negociações com os ucranianos", disse Peskov.  "Estaremos prontos para começar essas negociações em Gomel", acrescentou.

O presidente Vladimir Putin pronunciou, por sua vez, um discurso transmitido pela televisão, no qual agradeceu às forças destacadas na Ucrânia por seu trabalho. "Especial gratidão àqueles que, nestes dias, estão cumprindo heroicamente seu dever militar no desenvolvimento de uma operação especial para oferecer assistência à população das repúblicas de Donbass", disse o líder russo. 

Denunciando sem provas um "genocídio" em áreas rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia, Putin decidiu na quinta-feira atacar o país vizinho pelo norte, sul e leste, que enfrenta forte resistência. Até o momento, a ofensiva custou a vida de cerca de 200 civis e provocou condenação e sanções internacionais contra a Rússia. 

Moscou quer a rendição das forças ucranianas e depor seu governo pró-Ocidente para que o território seja "neutro", condições consideradas inaceitáveis por Kiev. 



AFP e Correio do Povo

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