Campos Neto garantiu esforço para reduzir a escalada de preços
A inflação no acumulado de 12 meses vai atingir o pico “em abril ou maio”, disse nesta sexta-feira o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Segundo ele, a quebra de algumas safras e a alta do petróleo no início do ano fizeram o BC ajustar a estimativa.
Até recentemente, a entidade financeira previa a aceleração dos preços em janeiro e fevereiro, antes de começarem a cair. Para ele, o Brasil está sendo pressionado por fatores internacionais, mas a inflação brasileira é ainda mais peculiar, com os preços de energia e de combustíveis subindo mais que no resto do mundo.
Campos Neto deu as declarações em evento promovido pelo grupo Esfera Brasil, que reúne empresários e empreendedores. Ele disse que o aumento da inflação no mundo não decorre de problemas de oferta, mas de deslocamento de demanda após a retomada econômica em vários países após as fases mais agudas da pandemia de Covid-19.
“Quando olhamos os gargalos, não dá para dizer que é (escassez de) oferta com a produção crescendo tanto. Quem acreditava que era um problema de oferta está revendo”, afirmou. “Houve deslocamento não só na demanda por bens, mas também por energia. A produção de bens gasta seis vezes mais energia”, acrescentou.
Para o presidente do BC, o Brasil está na frente no processo de aperto monetário em relação à maioria dos países, com juros ainda abaixo do nível neutro (que não segura a inflação). “O Brasil saiu na frente na alta de juros. Vamos usar todas as nossas ferramentas para trazer a inflação para a meta”, assegurou.
Em referência à proposta de emenda à Constituição para desonerar os tributos federais sobre os combustíveis, o presidente do BC disse que medidas que diminuem os preços no curto prazo são insuficientes para segurar a inflação e podem levar a aumentos de juros em uma etapa seguinte.
Agência Brasil e Correio do Povo
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