terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Polícia investiga morte de músico eletrocutado ao tocar guitarra durante show gauchesco em São Borja (RS)

 A Polícia Civil abriu inquérito sobre a morte do músico Luyan Lopes de Aguiar, 24 anos, vitimado por choque elétrico ao tocar guitarra durante uma festa em São Borja (Fronteira-Oeste do Estado). O acidente aconteceu na noite de sábado passado (12). Dentre os objetivos da investigação é analisar, em até 30 dias, eventual falha técnica na instalação dos equipamentos.

Todas as pessoas que estavam no evento – um piquete gauchesco – serão ouvidas, incluindo os responsáveis pela montagem do palco e equipamento sonoro. Além disso, um laudo já está sendo elaborado por equipe do Instituto-Geral de Perícias (IGP).

De acordo com testemunhas, Luyan cantava e tocava em um show com o grupo do qual fazia parte, denominado “Pankda da Vaneira” e com base na cidade de Itaqui. O rapaz realizou a passagem de som no começo da noite, ajustou sua guitarra e a apresentação começou. Em meio à terceira música, ele gritou por auxílio e foi acudido por um colega, que chegou a levar descarga ao tentar separar a vítima do instrumento, mas sobreviveu.

Alguém conseguiu desligar a rede elétrica do piquete e outros músicos tentaram reanimar o músico até a chegada de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Apesar dos esforços nesse sentido, Luyan teve o óbito constatado já no local.

A vítima

Luyan Aguiar integrava o grupo tradicionalista havia três anos e, recentemente, obtivera aprovação em concurso da Brigada Militar (BM). Um de seus parceiros de banda contou, desolado, que não era para o rapaz tocar guitarra na noite em que aconteceu o incidente: ele substituía outro guitarrista, que não conseguiu comparecer ao evento de São Borja.

“Eu sou vocalista e cantava ao lado do Luyan, mas como o guitarrista não pôde ir nesse dia, ele se ofereceu para tocar, até porque gostava muito do instrumento”. O corpo foi sepultado em Itaqui, na tarde de domingo.

Em entrevistas à imprensa, familiares e amigos ressaltaram a personalidade da vítima. “Era uma pessoa sempre alegre, sorridente e que me ensinou muito, com seu jeito de ser e agir”, emocionou-se o irmão Felipe, dois anos mais novo. “O Luyan tinha um coração enorme e cheio de sonhos, com humildade de sobra.”

Além de ressaltarem a importância da música na vida do cantor e instrumentista desde os tempos de guri, as pessoas próximas destacaram o momento de alegria experimentado pelo rapaz ao ser aprovado na Brigada Militar, em um plano que incluía duas carreias paralelas, na corporação e na música.

“Durante a infância havia o sonho de trabalhar como motorista de ônibus, que depois foi sendo substituído pelo  desejo de uma trajetória militar, então meu irmão estava muito feliz nas últimas semanas”, relatou o mano, às lágrimas. “Perdemos um cara cheio de amigos e com um seu jeito para lá de simples.”


O Sul

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