Moïse Kabamgabe, de 24 anos, foi espancado até a morte no quiosque onde trabalhava, na altura do Posto 8, na Barra da Tijuca
Os familiares do congolês Moïse Kabamgabe, de 24 anos, espancado e morto em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, cobraram justiça. O crime aconteceu há cerca de uma semana, quando ele foi até o quiosque onde trabalhava como ajudante de cozinha para cobrar duas diárias que fez.
A PM informou que não foi acionada no local e que, no dia 24 de janeiro, agentes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) avistaram uma ambulância e foram verificar o ocorrido. A vítima já estava sem vida no local. Os parentes de Moïse fizeram uma manifestação pacífica no último sábado (29), em frente ao quiosque. Eles cobraram investigações mais rígidas sobre o caso.
Familiares de Moïse
Em entrevista à Record TV Rio, Yannick Kamanda, parente de Moïse, falou sobre as imagens violentas a que assistiu, que foram gravadas por câmeras de segurança do quiosque.
"Muita covardia, muito sangue-frio. Para ser bem sincero, foi muita maldade." Ao ser questionado se os agressores tiveram motivação xenofóbica (aversão a estrangeiros), Yannick afirmou "que aquele sangue-frio que tiveram, de revezar a tortura, passando o taco de baiseball um para o outro, tem a ver com xenofobia".
Yannick falou ainda sobre a conversa com o dono do quiosque após o crime. "Após conversamos, o dono do quiosque levantou e foi buscar o carro para irmos à delegacia. Quando ele voltou, estava acompanhado de dois agentes da PM. Os dois mesmos agentes que aparecem no vídeo, no dia do assassinato."
Ao comentar a ação dos policiais, ele respondeu ter se sentido pressionado e que os PMs só levaram os familiares à delegacia, mas não levaram o dono do estabelecimento. A Polícia Militar não comentou a ação dos agentes.
Yannick contou também que, após a Divisão de Homicídios recolher as imagens do quiosque, o proprietário ligou para oferecer ajuda. Ao lembrar de Moïse, Yannick falou que era um garoto alegre e prestativo. "Ele tiraria a própria roupa do corpo, mesmo sem ter nada." O caso está sendo investigado pela DHC (Delegacia de Homicídios da Capital), que analisa as imagens de câmeras de segurança da região e fez uma perícia no local.
R7 e Correio do Povo
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