O líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), tem ecoado entre parlamentares e empresários a preocupação do presidente da República sobre a composição do Supremo Tribunal Federal (STF). O tocantinense tem falado sobre possível revisão das regras e critérios para escolha de ministros do Supremo. Ele aposta que a discussão sobre esse tema crescerá “num futuro próximo”.
O próprio presidente Bolsonaro disse que as duas próximas vagas para a Corte, com quem ele e seus apoiadores têm tido relação bastante conturbada desde o início do mandato, o preocupam até mais do que os planos de reeleição.
Em evento da Esfera Brasil em São Paulo, com a participação de empresários, Gomes disse não ver possibilidade “séria” de impeachment de ministros do STF, mas que os critérios para entrada na Corte devem ser discutidos. “Não vejo uma possibilidade séria (de impeachment), mas vejo uma possibilidade séria de, no próximo ano, o Brasil reformular o critério de escolha de ministros do STF, revendo a PEC da Bengala, vendo a questão de período de mandato, inclusive de composição do STF”, afirmou Gomes no evento.
Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, o presidente admitiu que não é possível mudar o país “de uma hora para outra”. Em discursos e nas suas transmissões nas redes sociais, o presidente costuma associar a eleição para presidente à indicação de dois novos ministros para o Supremo Tribunal Federal.
“A gente está mudando, não dá para mudar de uma hora para a outra o curso de um transatlântico. Mais importante do que eleição para presidente são as duas vagas para o Supremo no ano que vem”, disse Bolsonaro.
Para a jornalista Bela Megale, o presidente traçou uma estratégia para eleger o maior número possível de senadores nestas eleições. Segundo o presidente, a ideia é ter um apoio maior em novos embates contra ministros do Supremo.
No ano passado, o governo teve grande dificuldade na aprovação da indicação de André Mendonça para a Corte. A nomeação ficou meses parada na Comissão de Constituição e Justiça antes da aprovação no Plenário do Senado, também por uma margem apertada.
Ao conversar com apoiadores, Bolsonaro lamentou que alguns eleitores desejem o retorno do PT e também a rejeição que ele tem entre o eleitorado feminino.
“Segundo as pesquisas, as mulheres não votam em mim. Votam na esquerda. Pesquisa a gente não acredita. Mas se há reação por parte das mulheres, faz uma visitinha em Pacaraima, Boa Vista (em Roraima), nos abrigos, vê como estão as mulheres fugindo do paraíso socialista defendido pelo PT”, disse Bolsonaro.
O Sul
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