Alta nos preços das matérias-primas foi generalizada
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou queda de 0,12% em dezembro, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com essa queda, o IPP de indústrias fechou 2021 com aumento de 28,39%, o maior da série anual do indicador - iniciada em 2014.
O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Segundo o gerente do IPP no IBGE, Alexandre Brandão, a inflação ao produtor recorde foi causada por uma combinação de fatores que elevaram os custos de produção, como a alta do dólar e das cotações internacionais de matérias-primas e os problemas climáticos que afetaram a produção agrícola nacional no meio do ano passado.
O primeiro fator destacado por Brandão é o dólar. A taxa de câmbio teve depreciação média de 9,8% no ano passado, segundo o IBGE. "Em outros anos, tivemos até uma depreciação maior, mas 10% não é desprezível. É um efeito que atinge de várias formas. Aumenta o preço em real das commodities (exportadas pelo Brasil) e também das que importamos", afirmou Brandão.
A alta nos preços das matérias-primas foi generalizada, apesar do alívio nas cotações do minério de ferro nos últimos meses. Com o avanço nas cotações do barril de petróleo, a alta recorde do IPP foi puxada pelos preços de refino de petróleo e biocombustíveis, que saltaram 69,72%. Sozinha, a atividade teve impacto de 5,88 ponto porcentual na variação agregada do indicador. Também estão em alta as matérias-primas agrícolas, como soja, milho, açúcar e café.
Agência Estado e Correio do Povo
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