Pela primeira vez temos uma visão múltipla, pessoal, sobre os milhares de vítimas e agentes de um fato de relevância mundial
"A revolução não será televisionada" é um poema de Gil Scott-Heron que se tornou um dos slogans dos jovens que ocuparam as ruas com o movimento libertário anotado na história como Maio de 68. Mal sabiam eles o que se veria na invasão russa da Ucrânia.
Com celulares nas mãos dos personagens diretamente envolvidos na guerra, o mundo está assistindo, não pela TV, mas pelas redes sociais, em tempo real, aos terríveis acontecimentos que tomaram de assalto o noticiário.
Enquanto praticamente toda a mídia profissional oferece notas oficiais dos grandes líderes mundiais e as mesmas imagens divulgadas por agências de notícias, pela primeira vez temos uma visão múltipla, pessoal, caleidoscópia, sobre os milhares de vítimas e agentes de um fato de tamanha importância e repercussão.
Obviamente, no meio da crueza e sofrimento reais, haverá espaço também para as malditas fake news e até mesmo propaganda ideológica manipulada pelos serviços de segurança russos e ucranianos. Mas a conversa (e a cobertura dos acontecimentos) agora é outra.
São novos tempos. As reportagens espontâneas, o imenso volume, a quente, das informações de quem está ali, no olho do furacão, inaugura uma nova era. Novas revoluções serão transmitidas (e manifestações, lutas, conflitos) em ritmo vertiginoso, incontrolável. Os poderosos que se virem.
R7
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