domingo, 13 de fevereiro de 2022

Brasil atingiu recorde de endividados em 2021

 


A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada pela CNC (Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo), mostrou que o endividamento médio em 2021 atingiu 70,9% das famílias brasileiras, tendo o mês de dezembro atingido um patamar histórico para os meses consecutivos, alcançando 76,3% das famílias. O percentual foi o maior registrado nos últimos 11 anos. Segundo a CNC, as famílias recorreram mais ao crédito para conseguir sustentar o consumo.

O aumento da inflação, que acumulou alta de 10,38% nos últimos 12 meses e culminou com aumento geral de preços, combinada com a elevação da taxa básica de juros e a queda da renda das famílias, que em novembro atingiu um nível de redução não verificado desde que o índice começou a ser analisado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2012, são alguns dos fatores que podem explicar o aumento de endividados.

Para fugir da armadilha do endividamento, ainda que em um cenário desfavorável, a melhor saída é o planejamento, colocando na ponta do lápis os rendimentos e gastos de todos os membros da família. Também é aconselhável que as famílias a invistam tempo na pesquisa de preços, especialmente das compras recorrentes, como itens da cesta básica, e estar atento às notícias sobre a situação econômica do país antes de tomar decisões de compra.

Cortes no orçamento

No ano passado, mais de 80% dos brasileiros precisaram fazer cortes no orçamento. Levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, em parceria com o SPB Brasil e Offer Wise Pesquisas, divulgado em 26 de janeiro passado, mostrou que, em 2021, 83% dos brasileiros tiveram que adaptar o orçamento, promovendo cortes e mudanças nos gastos.

O aperto financeiro vivenciado em 2021, o que pode explicar o recorde de endividamento verificado pela CNC, pode ser medido pelo percentual de brasileiros que disseram ter precisado redirecionar o dinheiro para pagamento de contas do dia a dia (59%) e pagar contas em atraso (35%). Somente 25% dos entrevistados disseram ter conseguido economizar ou guardar dinheiro. Ainda entre os que realizaram cortes no orçamento, 55% reduziram refeições fora de casa ou cortaram delivery, 48% reduziram itens supérfluos de supermercado e 44% cortaram a compra de vestuários, calçados e acessórios.

O cenário evidenciado no levantamento mostrou que 51% dos entrevistados disseram acreditar que as condições da economia no ano passado pioraram em relação a 2020, primeiro ano da pandemia. Pelo menos quatro em cada 10 brasileiros (43%) avaliaram que a própria condição financeira piorou em 2021. Em 2019, antes da pandemia, o percentual dos que avaliaram sua situação como pior que no ano anterior era de 26%.

O Sul

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