terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Bolsonaro não vai à posse de Edson Fachin devido a "extensa agenda", afirma governo

 Ministro comandará a realização das eleições este ano



presidente da República, Jair Bolsonaro, alegou “compromissos preestabelecidos em sua extensa agenda” para não participar da posse do ministro Edson Fachin como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, nesta terça-feira. A justificativa foi enviada como ofício ao Cerimonial da Corte nessa segunda-feira, assinada pela chefe do Gabinete Adjunto de Agenda do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Cláudia Teixeira dos Santos Campos.

Fachin assume a presidência do TSE nesta terça em solenidade no prédio da Corte eleitoral prevista para as 19h. Ele substitui o ministro Luís Roberto Barroso. O novo mandatário é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 16 de junho de 2015 e membro titular do TSE desde 16 de agosto de 2018.

Por questionar a segurança das urnas eletrônicas, Bolsonaro se envolveu em discussões com Luís Barroso especialmente em 2021. O presidente da República entrou em rota de colisão com o ministro em diversos momentos, afirmando, por exemplo, que "quem quer eleição suja e não democrática é o ministro Barroso". Em 12 de agosto, durante transmissão ao vivo pelas redes sociais, ele chegou a chamar o ministro de "mentiroso" e "tapado". 

O agora ex-presidente do TSE também se pronunciou a respeito das declarações de Bolsonaro. Na sessão que marcou a despedida de Barroso com presidente do tribunal, ele criticou o chefe do Executivo por não apresentar provas sobre fraudes nas eleições e pelo vazamento de informações sigilosas do TSE.

O mandatário da Corte eleitoral disse que "em relação às estratégias antidemocráticas, o TSE para além dos pronunciamentos de seu presidente e outros ministros, tomou uma série de medidas concretas".

O presidente da Corte eleitoral citou a instauração de um procedimento administrativo exigindo a apresentação de provas alegadas pelo presidente da República. “Desnecessário enfatizar que as provas não foram apresentadas porque simplesmente não existem”, disse.

Duas notícias-crime foram mencionadas por Barroso durante a sessão, também em referência a atos de Bolsonaro. A primeira foi por suposta divulgação de informações “fraudulentas”, que constam em inquérito tramitando no STF. A segunda foi por “vazamento de informações sigilosas, constante de inquérito igualmente sigiloso da Polícia Federal, fornecendo dessa forma dados da arquitetura interna da tecnologia da informação do TSE e facilitando o ataque por hackers e milícias digitais”.

Novo presidente

Edson Fachin será presidente do TSE por seis meses, quando completa o período de quatro anos como membro do tribunal – tempo máximo de cada integrante da Corte. Em agosto, o vice-presidente, ministro Alexandre de Moraes, deve assumir o comando.

O presidente do TSE é responsável por comandar a realização das eleições em todo o país desde o período pré-eleitoral até o pós-eleitoral. Ele fica responsável tanto pelas demandas jurídicas quanto pela logística, distribuição de urnas e contagem de votos, por exemplo. É quem está à frente do TSE que decide a pauta do tribunal, isto é, quando cada ação vai ser julgada pelo plenário.

R7 e Correio do Povo

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