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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Após retenção de 2 mil caminhoneiros brasileiros, passagem entre Chile e Argentina é desbloqueada

 


A passagem de caminhões entre Chile e Argentina foi desbloqueada no domingo após os países chegarem a um acordo para flexibilizar os controles sanitários que mantiveram retidos por mais de duas semanas cerca de 5 mil caminhoneiros na região. Desse total, 2 mil eram brasileiros, de acordo com a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística).

Os veículos de carga estavam parados desde que a aduana deixou de aceitar testes de Covid-19 realizados fora do território chileno. Apesar da exigência, as autoridades sanitárias não conseguiam atender à demanda de testagem. As medidas mais rigorosas foram tomadas diante do avanço da variante Ômicron, que provocou uma escalada nos casos da doença.

A pós reclamação de caminhoneiros e entidades que representam a classe, os embaixadores chileno e argentino selaram um acordo para retomar a fluidez do trânsito e mudaram o protocolo de controle, informou a Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transporte de Cargas.

Segundo as novas regras, estão isentos do teste na fronteira os caminhoneiros que apresentarem exame PCR realizado com 72 horas de antecedência. O documento deve conter um QR Code que permita a verificação das informações. Além disso, as autoridades aumentaram os pontos de controle sanitário de sete para 14.

De acordo com o Ministério de Segurança da Argentina, o PCR deverá ter sido concluído em até 48h a partir da próxima quarta-feira (2). Aqueles que não cumprirem com os requisitos, serão submetidos a testes de antígeno.

Questionada sobre a situação dos brasileiros, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) afirmou que está atenta e “atuando junto aos governos envolvidos para resolver esta questão quanto à flexibilização da entrada dos profissionais brasileiros nestes países”, embora existam “decisões que fogem a sua competência”.

O Itamaraty informou, em nota, que “continua monitorando muito atentamente a situação, em interlocução com os atores relevantes, inclusive associações brasileiras do setor de transporte internacional”.

Filas

Nas mais de duas semanas com a exigência de testagem na própria aduana, filas de caminhões se formaram ao longo da fronteira do Chile com a Argentina e também com a Bolívia. A maior delas fica na região de Cristo Redentor-Libertadores, na Argentina. Nesse trecho, o fluxo normal era de cerca de mil caminhões por dia, mas apenas 100 vinham conseguindo passar.

Durante a espera, os veículos ficaram estacionados na beira da estrada. Em um dos locais de concentração, havia somente dois banheiros para 700 caminhoneiros. Além dos brasileiros, há profissionais da Argentina, Paraguai, Bolívia e os próprios chilenos. Para ficarem melhor alojados, os condutores pediam a liberação do pátio de Aduana de Uspallata, em território argentino, que comporta até 600 caminhões.

Segundo Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da CNTTL, a entidade recebeu relatos de caminhoneiros com alimentação precária e falta de dinheiros, além de dificuldades com higiene. Também projetavam-se prejuízos econômicos, já que as carrocerias transportavam cargas de alimentos e produtos como maquinários e bobinas de papel.

A CNTTL encaminhou na última quinta-feira ofícios às autoridades brasileiras para que interviessem junto ao governo chileno. Em resposta, o Ministério de Relações Exteriores e a ANTT informaram que acompanhavam a situação e estavam em contato com as autoridades locais para flexibilizar a entrada dos caminhoneiros no país.

O Sul

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