quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Dólar ultrapassa R$ 5,70 após discurso mais duro do Banco Central americano

 Bolsa teve maior queda diária desde novembro


O endurecimento do Banco Central norte-americano em relação ao aumento de juros nos Estados Unidos provocou uma turbulência no mercado financeiro global. O dólar ultrapassou a barreira de R$ 5,70, no terceiro dia seguido de alta. Já a bolsa de valores teve a maior queda diária desde novembro.

O dólar comercial encerrou a quarta-feira vendido a R$ 5,712, com alta de R$ 0,022 (+0,39%). A cotação seguiu o padrão dos últimos dias, caindo no começo da tarde, mas ganhando força perto do fim das negociações.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a R$ 5,64. O Banco Central, mais uma vez, não interveio no mercado e apenas leiloou contratos de rolagem (renovação) de swaps cambiais, o que equivale à venda de dólares no mercado futuro.

No mercado de ações, o dia também teve instabilidade. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 101.006 pontos, com queda de 2,42%. Foi o maior recuo diário desde 26 de novembro. O indicador está no menor nível desde 1º de dezembro.

Os investidores reagiram à divulgação da ata da reunião mais recente do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). No encontro, que ocorreu em 14 e 15 de dezembro, os diretores disseram que o mercado de trabalho norte-americano está pressionado, o que indica que o órgão pode antecipar o aumento de juros, inicialmente previsto para março.

Taxas mais altas em economias avançadas favorecem a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil, com os investidores comprando títulos do Tesouro norte-americano, considerados a aplicação mais segura do planeta.

O tom da ata do Fed também influenciou as bolsas norte-americanas, fazendo o índice Dow Jones (das empresas industriais) cair 1,07%. O S&P 500 (das 500 maiores empresas) recuou 1,94%, mas o maior abalo ocorreu no Nasdaq (das empresas de tecnologia), que fechou em queda de 3,34%.


Agência Brasil e Correio do Povo


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