por Eduardo Cucolo
O desempenho é superior aos 24% das vendas físicas, apesar do movimento de reabertura das atividades no período após a redução de restrições impostas pela pandemia.
Paula Cardoso, presidente da Rede, afirma que o avanço do online é uma tendência que veio para ficar, uma mudança de comportamento, e diz não acreditar em um movimento de perda de fôlego no uso de meios digitais de pagamento.
"Não vejo, pelo menos no curto prazo, uma desaceleração. Acho que houve realmente uma mudança de comportamento. A gente tem um exército de 80 milhões de brasileiros comprando online. É muita gente", afirma a executiva.Segundo Cardoso, a participação do online no varejo passou de 4,5% antes da pandemia para cerca de 8%, mas ainda há muito espaço quando comparado com outros países. Ela cita dados da empresa Euromonitor, que apontam participação de 35% na Coreia do Sul e na Inglaterra.
Sobre a evolução dos meios de pagamento, a presidente da Rede destacou o crescimento do Pix e das carteiras digitais e afirmou que o país deve ter um cenário de substituição do uso dos cartões físicos em muito pouco tempo.
"A gente já vê as carteiras digitais tomando um papel bastante forte. A integração de tudo o que possa ser pagamento, focada em uma jornada de serviço de compra, seja online ou físico, é a forma como a gente está vendo essa evolução."
A quantidade de transações com carteiras digitais, especificamente Google pay, Apple pay e Samsung pay, dobrou de julho de 2019 para setembro de 2021, com um gasto médio praticamente estável. Destaca-se o uso em despesas com alimentação, mercados e drogarias e cosméticos. Segundo a Rede, 72% dos usuários são homens e 28%, mulheres.
O levantamento mostra também que, no total, o valor transacionado pelo varejo no terceiro trimestre de 2021 cresceu 27,5% em relação ao mesmo período de 2020 e 11,9% sobre o segundo trimestre deste ano, segundo os dados com a base de clientes da empresa.
SETORES EM RETOMADANa comparação com o mesmo período do ano passado, a Rede destaca questões que refletem a retomada após o pior momento da pandemia com outras que mostram mudanças de comportamento.
No primeiro caso, estão os crescimentos em relação ao mesmo trimestre do ano passado de despesas físicas e online com passagens aéreas (149,9%), hospedagem (109,7%), bares e baladas (94%) e agências de matrimônio e buffets (80%). Todos com desempenho retomando a trajetória anterior à pandemia.
Já as despesas apenas online em restaurantes cresceram apenas 18% em relação ao mesmo período de 2020, mas houve um salto de 428% em relação a 2019, mostrando também um novo comportamento de consumo no país.
Ela destaca ainda segmentos outros segmentos que em alta, como materiais de construção, móveis de escritório, floriculturas e laboratórios, impulsionados também pelas mudanças de consumo durante a crise sanitária.
Na divulgação dos dados, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, falou sobre o ambiente macroeconômico no período, marcado por uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,1% em relação ao trimestre anterior.
Mesquita destacou o indicador de atividade do banco (Idat), que mostrou, no período, a primeira queda não relacionada diretamente com as medidas de isolamento provocadas pela pandemia.
Segundo ele, o indicador perdeu dinamismo desde meados de setembro, o que estaria relacionado, principalmente, ao avanço da inflação, que afeta a confiança das famílias e reduz o seu poder de compra.
"A gente acha que isso explica o fato de o Idat estar andando de lado desde meados de setembro, período em que houve aumento da mobilidade."
Ele afirma que parte do crescimento econômico de 4,7% previsto neste ano pelo banco pode ser transferido para 2022 a depender do ritmo de retomada de diversos setores. Para o próximo ano, a expectativa do Itaú é uma contração de 0,5%.
Fonte: Folha Online - 07/12/2021 e SOS Consumidor
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