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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

"Um passo para o homem, um salto para os evangélicos", diz Mendonça

 Aprovado pelo Senado para ser ministro do STF, André Mendonça diz que terá "responsabilidade muito grande"



O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-advogado-geral da União André Mendonça agradeceu ao Senado por aprovar a sua nomeação à Corte e classificou a conquista como um marco para os evangélicos. “Queria agradecer a todos os brasileiros que intercederam por mim. A primeira reação foi dar glórias a Deus por essa vitória. É um passo para um homem, mas, na história dos evangélicos do Brasil, é um salto. Um passo para o homem, um salto para os evangélicos. Responsabilidade muito grande. Uma nação em que 40% da sua população, hoje, é representada no Supremo Tribunal Federal”, disse Mendonça na noite desta quarta-feira, em pronunciamento à imprensa.

Um dos motivos que levou Mendonça a ser indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir o ministro aposentado Marco Aurélio Mello foi o fato de ele ser pastor evangélico. Bolsonaro sempre disse que escolheria alguém “terrivelmente envangélico” para fazer parte do STF.

Mendonça agradeceu também a Bolsonaro pela indicação e se disse "honrado em poder servir ao meu país no Supremo Tribunal Federal". "Assumi vários compromissos no dia de hoje. Compromissos com a minha nação. Não tem nada mais gratificante pra mim do que servir ao meu povo. Como eu disse na sabatina eu não sou perfeito, eu não sou o melhor, eu não sou mais inteligente, mas eu acredito que com persistência, com resiliência, com dignidade, respeitando as pessoas, você é capaz de transformar a sua própria realidade e a realidade do seu povo."

Mendonça acompanhou do gabinete do senador Luiz do Carmo (MDB-GO) a votação da sua indicação ao STF. Ele estava ao lado da mulher e dos filhos. Após a divulgação do resultado, houve muita festa para Mendonça. Muitos parlamentares e pastores evangélicos foram ao gabinete para parabenizá-lo e fazer orações.

O novo ministro aguardou quatro meses para ser aprovado ao STF. Desde a indicação de Bolsonaro, em julho, o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), relutou em marcar a sabatina de Mendonça, o que atrasou a análise pelo plenário da Casa.

O senador foi bastante criticado por colegas e só concordou em realizar a sessão do colegiado nesta quarta-feira porque o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu um esforço concentrado dos senadores nesta semana para a votação de nomes de autoridades.

Segundo Mendonça, “foi um processo longo, difícil, mas de muito aprendizado”. Ele afirmou que não guarda mágoas de Alcolumbre e desejou o melhor ao senador. De todo modo, destacou que a sua aprovação “é uma demonstração de que os fins não justificam os meios” e “de que nós podemos vencer com integridade, com esforço, com dedicação, mesmo quando muita gente e até mesmo muita gente poderosa não acredita na gente”.

“É uma demonstração de que quando um povo se une nós superamos as dificuldades. Deus não podia [permitir outro resultado] numa história tão difícil, de tantas caminhadas por esse Senado, sempre com humildade, dignidade e sem abrir mão dos meus princípios, sem abrir mão dos meus valores”, observou.

Fux diz que Mendonça será empossado ainda neste ano

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, informou que deve dar posse ainda neste ano a André Mendonça, aprovado pelo Senado nesta quarta-feira para ser ministro da Corte. Conforme apurou o R7, a cerimônia que vai oficializar o ingresso de Mendonça no STF pode ocorrer no dia 16.

Em nota divulgada à imprensa nesta noite, Fux manifestou “satisfação ímpar” pela aprovação de Mendonça e disse que o novo ministro tem ”méritos para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal”.

Além disso, de acordo com o presidente do STF, em função da atuação na Advocacia-Geral da União, Mendonça ”domina os temas e procedimentos da Suprema Corte, que volta a ficar mais forte com sua composição completa”. ”Pretendo dar posse ao novo ministro ainda neste ano”, finalizou Fux.

Correio do Povo

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