sábado, 11 de dezembro de 2021

Farsul vê cenário incerto para 2022

 Entidade projeta aumento na produção agrícola, mas custos e clima devem impactar o setor



Um cenário de incertezas se desenha para o agronegócio gaúcho no ano que vem, com expectativa de uma safra de grãos semelhante à de 2020/2021, mas que poderá ser impactada por fatores como clima – o Rio Grande do Sul já apresenta indicativos de estiagem –, custos altos, redução das margens de lucratividade e possibilidade de escassez de insumos, como defensivos e fertilizantes. Quinta-feira, na apresentação do Relatório Econômico 2021 e Perspectivas 2022 da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), a Assessoria Econômica da entidade projetou um aumento de 1,8% na produção de grãos do Estado para o ciclo 2021/2022, com um volume de 38,3 milhões de toneladas.

A área plantada deve crescer em 3,2%, com destaque especialmente para as culturas de inverno (aveia, centeio, trigo e triticale), ficando em 9,77 milhões de hectares. O volume de grãos estimado para 2022 poderá gerar um Valor Bruto de Produção para o Estado de R$ 77,11 bilhões, contra R$ 73,56 bilhões de 2021, quando a colheita foi de 37,6 milhões de toneladas. As estimativas da Farsul ainda não consideram as possíveis perdas no milho que já estão sendo apontadas em algumas regiões do Estado em que a chuva tem sido insuficiente, por ainda não estarem disponíveis nos dados oficiais. 

Segundo o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, nos últimos 12 meses o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) subiu 41,1%, enquanto o Índice de Inflação dos Preços Recebidos (IIPR) evoluiu 0,60%. Da Luz afirma que é preciso enxergar que o aumento dos custos foram generalizados em toda economia e que se deve abandonar o conceito de “inflação dos alimentos” e atribuir isso à produção primária. “O que há é inflação, onde os alimentos também foram impactados”, resumiu. 

O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, foi enfático ao dizer que uma das suas bandeiras para os próximos três anos de gestão será a resolução de entraves ambientais, em especial para o aumento da irrigação. “Há dificuldade de reservação de água”, aponta, lembrando a situação dos produtores da Metade Sul, onde uma liminar obtida pelo Ministério Público Federal tem impedido os licenciamentos. 

Correio do Povo


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