Moeda norte-americana avançou 0,25% nesta segunda-feira
O dólar subiu para uma nova máxima em quase oito meses frente ao real nesta segunda-feira, com apostas em aumentos antecipados de juros nos Estados Unidos ofuscando fortes expectativas de elevação da taxa Selic nesta semana, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) realiza sua última reunião de 2021.
A previsão do mercado é de que o BC anuncie ao final do encontro de dois dias, na quarta-feira, alta da Selic a 9,25% ao ano, ante 7,75% atualmente. A moeda norte-americana à vista subiu 0,25%, a R$ 5,6925 na venda, nova máxima para encerramento desde 13 de abril deste ano (R$ 5,7175).
Na B3, às 17h21 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,55%, a R$ 5,7175. Várias autoridades do Fed sinalizaram recentemente que o banco central norte-americano está preparando o terreno para acelerar o ritmo de redução de seus estímulos e possivelmente antecipar aumentos de juros para 2022, uma vez que dados econômicos têm indicado persistência da inflação e aperto no mercado de trabalho – apesar de um relatório de empregos do governo referente a novembro ter vindo abaixo das expectativas do mercado.
O próprio chair da autoridade monetária, Jerome Powell, disse na semana passada que acredita ser apropriado discutir na próxima reunião do banco central o encerramento total de seu programa de compras de títulos alguns meses mais cedo do que o esperado. "Competir com (aumentos de) juros nos Estados Unidos é difícil, porque investir lá é muito seguro; a maior economia do mundo não dá calote", disse Lucas Schroeder, diretor de operações da Câmbio Curitiba.
Juros mais altos num determinado país tendem a elevar a atratividade de sua moeda, uma vez que aumentam a rentabilidade de se investir no mercado de renda fixa local. No exterior, às 17h21, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,127%, a 96,319.
Investidores de todo o mundo seguem de olho no noticiário em torno da variante Ômicron do coronavírus, recém-detectada, uma vez que ainda não há clareza sobre qual será seu impacto sanitário e econômico. No Brasil, o cenário político-fiscal também segue no radar nesta reta final de 2021, antes de um 2022 provavelmente difícil para os mercados domésticos.
Estrategistas do Citi disseram em relatório nesta segunda-feira que "as eleições presidenciais (do ano que vem) devem ter relevância cada vez maior nos preços dos ativos, dada sua relação próxima com os riscos fiscais". Nos últimos meses, a trajetória das contas públicas brasileiras tem sido motivo de forte preocupação, em meio à pressão do governo por mais gastos com auxílio à população em 2022, quando o presidente Jair Bolsonaro deve tentar a reeleição.
A PEC dos Precatórios, recentemente analisada pelas duas Casas do Congresso, abriria espaço fiscal para o pagamento de pelo menos R$ 400 por família sob o programa Auxílio Brasil no ano que vem. A proposta sofreu alterações na votação no Senado e por isso retornou à Câmara. Investidores estão agora de olho nas discussões em torno da promulgação das partes do texto aprovadas sem alteração, no chamado "fatiamento" do projeto.
R7 e Correio do Povo
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