terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Barroso diz que governo não poderia controlar quarentena

 Para ele, se milhares de pessoas optassem por cumprir isolamento em vez de se vacinar, não seria possível acompanhar casos


O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou, nesta segunda-feira, que o governo não poderia monitorar a quarentena de milhares de pessoas que optassem em entrar no país sem ter se vacinado contra a Covid-19. O magistrado é o autor de uma decisão monocrática tomada no STF (Supremo Tribunal Federal), Corte onde é ministro, que determina a cobrança de imunização para quem tenta entrar no Brasil por meio aeroviário.

Uma resolução editada pelo Ministério da Saúde autorizava a entrada de estrangeiros não vacinados desde que fosse aceito o cumprimento de uma quarentena de cinco dias. Barroso, no entanto, atendeu a um pedido do partido Rede Sustentabilidade e determinou o bloqueio da entrada de pessoas que não se vacinaram.

Em uma coletiva que apresentou o novo modelo de urna eletrônica, que será adotado nas eleições de 2022, Barroso afirmou que o poder Executivo não teria como monitorar a quarentena de milhares de pessoas que ingressassem no país sem vacina. "Parece evidente que, se milhares de pessoas optassem pela quarentena em lugar da vacina, simplesmente não haveria condições de monitorar e o risco seria grande", disse. 

O magistrado destacou que o avanço da vacinação é destaque no Brasil, frente a outras nações, e que a imunização permitiu queda significativa no número de mortos pelo novo coronavírus. "Nós conseguimos no Brasil uma vacinação muito ampla. O Brasil é um país exemplar em matéria de vacinação. Conseguimos conter o número de mortes, está abaixo de 200 a média. Portanto, não devemos facilitar nessa matéria. O Supremo tem uma tradição de aplicar o que se chama do princípio da precaução. Tratando de vida e saúde, adotamos a medida mais conservadora possível para impedir que as pessoas morram", completou Barroso.

Novos equipamentos
 
O ministro Barroso foi até Manaus para acompanhar a entrega de 225 mil urnas que serão usadas nas eleições de 2022. Ao todo, o pleito exige a utilização de 577 mil equipamentos. No entanto, a validade das urnas é de 10 a 12 anos, sendo obrigatória a substituição depois deste período.

Barroso lembrou que as urnas não tem conexão com a internet, o que repele ataques cibernéticos que poderiam colocar em risco a segurança das eleições. A facricação das placas-mãe ocorrem em Manaus, mas as urnas são montadas em Ilhéus, na Bahia. “Houve um esforço muito grande para a obtenção de peças e componentes para as urnas. Isso ocorreu em um momento em que há escassez no mercado mundial”, completou o magistrado.


R7 e Correio do Povo


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