Por Stephen Kanitz
Ganhou a ala que queria que o Estado entrasse no setor de produção de petróleo, de forma estatal e monopolista, porque era um setor estratégico.
De fato, em 1946 quase todo nosso petróleo era importado, o que nos deixava dependentes de outros países, daí estratégico.
Por outro lado, a agricultura do Brasil é estratégica para dezenas de países, e trocar comida por petróleo será uma constante no futuro. Portanto, Petrobrás não seria tão estratégico assim.
E não se esqueça de que a Petrobrás tem somente 18 bilhões de barris de reservas, e a queima de fósseis não renováveis está no seu fim político. Por outro lado, descobrimos recentemente que WhatsApp, Facebook e Instagram são mais estratégicos que a Petrobras. Nunca entendi por que nenhuma empresa jornalística tenha investido numa WhatsApp, Facebook e Instagram brasileiros. Muitos não se lembram, mas a primeira rede social foi a Orkut do Google, e nós a destruímos porque logo se tornou uma rede em português. (O Orkut incentivava incluir seus amigos, que para um americano significa no máximo 5 pessoas, e para nós são mais para 100.)
Hoje, devido à falta de capacidade de investimento do Estado, a Petrobrás não é mais exclusivamente nossa. 42%, isso mesmo 42% das ações pertencem a estrangeiros. O governo é sócio minoritário, 32%, mas com direito a voto. Pior, parte da produção de petróleo é exportada. Ou seja, “O Petróleo É Nosso” é um engodo, uma das maiores fake news disseminadas ao povo brasileiro.
Sendo assim nem precisamos privatizar a Petrobrás. Ela já é privada, mas o setor privado não pode indicar administradores profissionais para dirigi-la. Quem indica são políticos ligados ao partido da situação. Basta tornar as ações PNs sem direito a voto, em ações com voto, que nem precisamos privatizá-la. Sem custosos leilões, sem tornar a Petrobrás um monopólio privado. Pensem nisso.
Pontocritico.com
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