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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Sem ter vencido as prévias do PSDB, Eduardo Leite planeja estudar no exterior

 


Findas as prévias do PSDB com a vitória de João Doria, a pergunta que se fazia no partido era sobre qual será o futuro de Eduardo Leite e dos 44,66%% dos votos que ele teve na eleição interna do partido. Se o governador gaúcho mantiver o que já vinha dizendo internamente a seus auxiliares, não vai se candidatar a nada em 2022 – nem a vice-presidente e nem a senador.

Nos últimos meses, sempre que questionado a respeito pelos aliados mais próximos, Leite dizia que o plano seria terminar o mandato, estudar no exterior e depois buscar um emprego na iniciativa privada.

Leite, que tem 36 anos, já se comprometeu a não disputar a reeleição para o governo do Rio Grande do Sul. E já deixou claro que pode até participar da campanha como apoiador de algum candidato. Disputar novas eleições, porém, só em 2026.

Já os tucanos que votaram nele contra João Doria devem se dividir. O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin deve deixar o partido e levar seu grupo.

Alckmin e rompeu com Doria depois que o atual governador negou espaço na legenda para ele se candidatar ao governo de São Paulo. Doria apoiou seu vice, Rodrigo Garcia, já confirmado como candidato do PSDB à sua sucessão em 2022.

Se Leite vencesse, Alckmin considerava permanecer no partido. Com a derrota do gaúcho, ele agora vai decidir se entra no PSB e disputa as eleições como vice de Lula ou se vai perseguir o governo paulista em alguma outra legenda.

Espera-se ainda uma debandada dos quadros do PSDB que já apoiam o presidente Jair Bolsonaro, principalmente no Nordeste.

Quanto à Aécio Neves, que trabalhou desde o início por Leite, o mais provável é que fique onde está. Antes mesmo da derrota, ele já dizia a aliados que não sairia do PSDB porque, embora seja adversário de Doria no plano nacional, em Minas ele tem razoável controle da legenda, do qual não abrirá mão facilmente. Isso, claro, se o governador paulista não der um jeito de expeli-lo até o final da campanha presidencial.

“Polarização política inútil”

Derrotado nas prévias do PSDB, Eduardo Leite afirmou que o partido tem capacidade de furar a polarização política inútil e liderar o centro democrático. Ele afirmou que respeita a decisão das prévias e destacou que, acima de um projeto pessoal, está o projeto do partido e acima de tudo, o Brasil.

“Não dá mais para a gente assistir crescimento menos que sua capacidade. Tropeçando e sem conseguir sustentar o crescimento”, afirmou Leite. Ele disse ao vitorioso das prévias, o governador de São Paulo, João Doria, que é preciso enfrentar as desigualdades. “Não podemos conviver com isso como se fosse natural”, destacou. “É preciso liderar um projeto que tenha sensatez e equilíbrio”, complementou.

Leite ainda disse a diversidade da população é algo que nos fortalece. “Uma pessoa deve ocupar qualquer lugar pelo seu mérito. Diversidade nos faz mais fortes, criativos, ricos”, afirmou. “Não pode dizer que é algo que é errado e que precisa ser combatido. PSDB me acolheu”. O governador do Rio Grande do Sul fez uma homenagem ao namorado Tales, que estava na plateia.

Ele desejou “toda sorte” a João Doria porque o “Brasil precisa que a gente consiga viabilizar um projeto de centro”. “Para mim, nunca foi projeto pessoal, tem que ser um projeto para o Brasil. Meu reconhecimento da decisão soberana”, afirmou.

O Sul

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