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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Levantamento aponta queda no abate de bovinos no RS

 Segundo o Nespro/Ufrgs, redução chega a 15% e foi acentuada no terceiro trimestre


O número de bovinos guiados para abate teve uma redução de 15% de janeiro a setembro no Rio Grande do Sul, acentuada no terceiro trimestre do ano. Conforme a última edição da Carta Conjuntural do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), da Ufrgs, foram abatidas 1,298 milhão de cabeças nos primeiros nove meses do ano, número inferior ao 1,520 milhão registrado em igual período de 2020. De julho a setembro, essa queda foi de 27%.

Para o professor Julio Barcellos, coordenador do Nespro/Ufrgs, o desempenho pode ser explicado principalmente por dois fatores: diminuição do rebanho e aumento do preço do quilo vivo, que faz com que o pecuarista tenha maior poder de barganha. “Com o preço alto e o consumo bastante deprimido no varejo, houve uma redução da produção, diferente do que acontece no Brasil central”, observa. O levantamento aponta que o rebanho bovino gaúcho vem diminuindo cerca de 2% ao ano. Em setembro de 2021, estava estimado em 11,201 milhões de cabeças.

O investimento dos pecuaristas na atividade de cria, com a compra de reprodutores, reflete-se no aumento do número de nascimentos declarados de terneiros machos. No ano passado, houve uma queda de 20%, com um total de 1,062 milhão de animais. Em 2021, porém, esse número deve apresentar recuperação, já que somente até setembro haviam sido contabilizados 991,5 mil nascimentos. Barcellos ressalta que, até 2019, o preço do terneiro estava muito baixo, o que desestimulava a cria.

Já a saída de animais do Rio Grande do Sul para outros estados teve uma queda expressiva. Foram 19,2 mil bovinos de janeiro a setembro, bem abaixo dos 75,8 mil registrados em igual período do ano passado. “Os preços no Rio Grande do Sul estavam tão altos quanto no Brasil central. Além disso, o terneiro gaúcho é mais leve”, justifica o coordenador do Nespro.

Para o quarto trimestre do ano, Barcellos projeta um aumento de em torno de 20% no número de abates, de modo a atender a demanda gerada pelo aumento de renda e pelos empregos temporários. A estimativa também é de aumento no preço do boi gordo. 


Correio do Povo


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