Com o fim da votação para escolha do candidato do PSDB que irá disputar a Presidência da República, João Doria e Eduardo Leite buscaram passar uma imagem de união do partido, após um processo de prévias marcado por muito desgaste.
Ao chegarem neste sábado (27) no local onde foi anunciado o resultado da disputa, os governadores de São Paulo e do Rio Grande do Sul afirmaram que estarão no “mesmo barco”.
“Nós legitimamos o PSDB, as prévias, o respeito pelos filiados, fizemos debates intensos, percorremos o País. Estamos no mesmo barco, e esse barco é o barco da democracia, da liberdade, e do respeito pelos 33 anos do PSDB. Todos nós estaremos juntos a partir do momento do resultado, vencendo ou não vencendo, estaremos juntos”, afirmou Doria, que foi anunciado posteriormente como vencedor das prévias.
Ao lado do governador de São Paulo e futuro candidato à presidente do Brasil, Leite endossou as palavras do correligionário. “Com absoluta tranquilidade, saberemos estar juntos para fazer enfrentamento dos reais adversários do Brasil, que são a inflação, desemprego, a fome, o baixo crescimento econômico”, disse o chefe do Executivo do Rio Grande do Sul.
Ambos reconheceram os “debates intensos” que permearam o processo de prévias, mas afirmaram que a união prevalecerá para apresentar uma alternativa ao Brasil. “Nós queremos democracia no Brasil, não queremos que a situação atual prossiga, nem no radicalismo da extrema direita, nem a volta da extrema esquerda, queremos novo caminho de entendimento”, afirmou Doria, para quem “certamente” o partido será parte de uma “grande coalizão” de siglas interessadas em seguir por esse caminho.
“Que queira seguir dentro desse movimento de centro democrático liberal social, capaz de dialogar com esquerda, com a direita, mas dentro da defesa do emprego, da oportunidade, da saúde, do meio ambiente, das reformas, é esse o caminho que desejamos”, completou o governador de São Paulo.
“Desbolsonarizar”
Terceiro candidato das prévias, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio voltou a reclamar neste sábado da presença de “bolsonaristas” no PSDB. Virgílio declarou que o partido tem passado por “dificuldades” com parlamentares que apoiam o presidente Jair Bolsonaro.
“Ela (a bancada bolsonarista) faz dobradinha com Bolsonaro, ela vai lá e vota contra decisões da própria diretiva, então, eu o tempo inteiro eu dizia que é preciso ‘desbolsonarizar’ o PSDB”, afirmou.
“Nós não vamos poder continuar com essa dicotomia de bolsonaristas e não-bolsonaristas. Nós temos que chamar essas pessoas para o nosso redil e as que não forem do nosso redil, por favor procurem outro (partido).”
Parlamentares do PSDB têm se posicionado a favor do governo federal e dividido a sigla. O comando da legenda definiu que o partido é de oposição, mas a maior parte da bancada na Câmara ainda vota de maneira favorável aos projetos do Palácio do Planalto.
Na semana passada, a deputada federal Mara Rocha (PSDB-AC) protagonizou uma confusão durante as prévias da sigla — que foram interrompidas por falhas no aplicativo. Na fila de votação para escolher o candidato do partido em 2022, a deputada brigou com o presidente do PSDB do Acre, Manoel Pedro de Souza Gomes, e anunciou que sairia da legenda e apoiaria a reeleição de Bolsonaro.
Mara afirmou que o presidente do PSDB no Acre estava pedindo votos para um “falso tucano”. E disse: “Sou Bolsonaro mesmo, vou para o PL”. O PL é o partido que deverá abrigar o projeto de reeleição de Bolsonaro.
O Sul
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