PSUV do presidente Nicolás Maduro venceu em Caracas e em 18 das 23 províncias em disputa neste processo
O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, afirmou nesta segunda-feira que "seria injusto" rotular de "fracasso" a derrota da oposição nas eleições regionais, que deram uma grande vitória ao chavismo governante.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) do presidente Nicolás Maduro venceu em Caracas e em 18 das 23 províncias em disputa neste processo que marcou o retorno dos principais partidos da oposição, que venceram três.
Segundo os últimos dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), restam dois governos por definir, embora os resultados preliminares os atribuam ao chavismo. "Seria injusto falar de fracasso eleitoral" em uma "suposta eleição que não foi tal", declarou Guaidó, que se absteve como nas duas anteriores - as presidenciais de 2018 e as legislativas de 2020 - por considerar que não havia condições de participar.
O opositor chamou de "absolutamente falho" e "claramente desigual" o processo eleitoral de domingo, apesar da presença de observadores internacionais após anos de ausência, uma das condições mais exigidas pela oposição.
Guaidó - reconhecido como presidente interino do país por cinquenta nações, embora na prática o controle do território esteja nas mãos do presidente Nicolás Maduro - destacou a "evidente necessidade de unificação" como "reflexo do que aconteceu ontem". "É um evento que deve nos levar a mais unidade, uma unidade sincera", disse em meio a divisões e confrontos internos com outros líderes que rejeitam a figura do "governo interino" que dirige.
"É o momento de abrir os braços", disse o dirigente, destacando que os setores da oposição têm "semanas" discutindo a "reconstrução da alternativa democrática".
A oposição, enfraquecida e fragmentada, venceu em três estados com a volta de seus principais partidos às urnas, após três anos de boicote e apelos à abstenção. "Quem conseguiu arrancar (cargos) da ditadura fez uma façanha (...), tem meu respeito", exclamou Guaidó.
As eleições regionais eram consideradas um novo ponto de partida tanto para Maduro, que busca o fim das sanções internacionais, como para a oposição, que retornou ao processo eleitoral com o olhar voltado para uma eleição presidencial "transparente" em 2024, embora no próximo ano exista a possibilidade de um referendo para revogar o mandato de Maduro.
As autoridades eleitorais ofereceram nesta segunda-feira um segundo balanço que mostra uma participação de 42,26% dos 21 milhões de eleitores chamados a votar. Até agora, o saldo total não foi oferecido.
AFP e Correio do Povo
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